Economia global perde US$ 1 trilhão a cada ano devido à afastamentos do trabalho por transtornos mentais

Desde o início da pandemia de covid-19 as pessoas têm sido afetas não só pela doença, mas pelo aumento dos transtornos mentais como ansiedade e depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase US$ 1 trilhão é perdido, anualmente, em afastamentos do trabalho relacionados a problemas mentais.

De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em 2020, a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrente de transtornos mentais e comportamentais alcançou número recorde: foram mais de 576 mil afastamentos, uma alta de 26% em comparação com 2019. Os dados são da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.

No caso do auxílio-doença, os afastamentos por motivos como depressão e ansiedade registraram a maior alta entre as principais doenças indicadas como razão para o pedido do benefício. O número de concessões passou de 213,2 mil, em 2019, para 285,2 mil, em 2020. Um aumento de 33,7%.

Dados divulgados em junho deste ano pela OMS mostram que quase 1 bilhão de pessoas estavam vivendo com um transtorno mental em 2019, sendo que 15% eram adultos em idade produtiva.

Pensando nisso, na quarta-feira (28), a OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicaram novas orientações sobre saúde mental no ambiente de trabalho para ajudar a quem precisa.

As recomendações incluem ações de prevenção à fatores que criam angústia, como longas jornadas de trabalho, por exemplo. Além disso, essa é a primeira vez que a agência de saúde recomenda treinamento de gerentes para prevenir ambientes estressantes e responder à profissionais em sofrimento.

O bullying e a violência psicológica são uma das principais queixas de assédio no local de trabalho que têm um impacto negativo na saúde mental. Mesmo com esses dados, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que falar sobre aspectos psicológicos continua sendo um tabu nos ambientes de trabalho ao redor do mundo.

O Atlas de Saúde Mental da OMS constatou que apenas 35% dos países relataram ter programas nacionais de promoção e prevenção da saúde mental relacionada ao trabalho. Para o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, é necessário investir na construção de uma cultura de prevenção em torno da saúde mental no emprego, remodelar o ambiente de trabalho para acabar com o estigma e a exclusão social, e garantir que os funcionários afetados se sintam protegidos e apoiados.

 

Com informações da ONU**