Ex-chefe da inteligência da Venezuela afirma que Maduro usou dinheiro público para financiar Lula e outros líderes de esquerda

Brasília(DF), 29/05/2023. O presidente da Venezuela ao lado do presidente Lula, saindo do palácio do Itamaraty após almoço realizado um dia antes da reunião com os presidentes dos países da América do Sul, nesta segunda-feira (29/5), em Brasília. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro é único chefe de estado dos 12 países convidados para a reunião com os presidentes dos países da América do Sul, a ser ter encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fora do evento. Foto: Igo Estrela/Metrópoles. @igoestrela

O ex-diretor de Inteligência e Contrainteligência Militar da Venezuela, Hugo “El Pollo” Carvajal, afirmou à Justiça dos Estados Unidos que o regime de Nicolás Maduro usou recursos públicos para financiar ilegalmente partidos e figuras políticas de esquerda em diversos países ao longo de 15 anos. Entre os beneficiados, segundo ele, estaria o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Carvajal, extraditado para os EUA em 2023, colabora com as autoridades americanas em troca de redução de pena. O ex-general foi acusado de tráfico de drogas e narcoterrorismo e admitiu culpa em junho deste ano em um tribunal de Nova York, por envolvimento com o chamado Cartel dos Sóis.

De acordo com documento sigiloso obtido pelo portal The Objective, Carvajal relatou que o governo venezuelano utilizou recursos da estatal PDVSA para repassar dinheiro a ex-presidentes da América Latina, como Lula (Brasil), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru) e Manuel Zelaya (Honduras). O atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também teria sido contemplado.

Além dos líderes regionais, partidos como o espanhol Podemos e o italiano Movimento 5 Estrelas teriam recebido valores significativos — este último, segundo Carvajal, chegou a embolsar 3,5 milhões de euros em espécie, aprovados por Maduro quando ainda era chanceler.

O ex-chefe de inteligência afirmou ainda que a estratégia de financiamento internacional prosseguiu mesmo após Maduro assumir a presidência, consolidando uma rede de apoio político ao chavismo fora da Venezuela.