
O ex-diretor de Inteligência e Contrainteligência Militar da Venezuela, Hugo “El Pollo” Carvajal, afirmou à Justiça dos Estados Unidos que o regime de Nicolás Maduro usou recursos públicos para financiar ilegalmente partidos e figuras políticas de esquerda em diversos países ao longo de 15 anos. Entre os beneficiados, segundo ele, estaria o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Carvajal, extraditado para os EUA em 2023, colabora com as autoridades americanas em troca de redução de pena. O ex-general foi acusado de tráfico de drogas e narcoterrorismo e admitiu culpa em junho deste ano em um tribunal de Nova York, por envolvimento com o chamado Cartel dos Sóis.
De acordo com documento sigiloso obtido pelo portal The Objective, Carvajal relatou que o governo venezuelano utilizou recursos da estatal PDVSA para repassar dinheiro a ex-presidentes da América Latina, como Lula (Brasil), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru) e Manuel Zelaya (Honduras). O atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também teria sido contemplado.
Além dos líderes regionais, partidos como o espanhol Podemos e o italiano Movimento 5 Estrelas teriam recebido valores significativos — este último, segundo Carvajal, chegou a embolsar 3,5 milhões de euros em espécie, aprovados por Maduro quando ainda era chanceler.
O ex-chefe de inteligência afirmou ainda que a estratégia de financiamento internacional prosseguiu mesmo após Maduro assumir a presidência, consolidando uma rede de apoio político ao chavismo fora da Venezuela.