Ex-doméstica brasileira assume cargo sênior no governo dos EUA

Da Redação

Natalicia Tracy se mudou para os Estados Unidos em 1989, para trabalhar na residência de uma família brasileira em Boston. Na época, ela tinha apenas 19 de idade e foi recrutada, em São Paulo, para acompanhar uma família brasileira durante uma temporada de dois anos em Boston (Massachusetts). Além de cuidar de um bebê de dois anos, ela desempenhava todas as tarefas domésticas da casa.

Pelo falto dela ter sido submetida a jornadas abusivas de trabalho, foi nomeada conselheira sênior para a Agência de Saúde e Segurança Ocupacional (Osha, na sigla em inglês) do Departamento de Trabalho do governo americano, no dia 13 de setembro.

Não foi nada fácil, pois ela trabalhava cerca de 17 horas por dias, considerado pelas leis norte-americanas como trabalha escravo. Mas como ela não entendia, continuou sua luta. A jovem Tracy dormia no chão de numa varanda fechada com cimento grosso. Ela não podia usar o telefone, nem receber cartas. Além do árduo trabalho, ela recebia apenas US $25 por 90 horas de trabalho.

Quando terminou o contrato, a família voltou ao Brasil e Tracy decidiu ficar. Um ano depois, “estava morando num subúrbio americano, casada com um americano e vivendo uma vida americana”.

Uma pessoa que sempre foi determinada em buscar os seus objetivos e resolveu dedicar-se aos estudos. Graduou-se em Psicologia e Sociologia e se tornou mestre pela Universidade de Massachusetts.

Com a experiência adquirida ao longo dos anos e através dos estudos, ela se tornou uma das ativistas mais importantes da comunidade brasileira. Agora, com este cargo, ela quer fornecer um atendimento ainda maior para os trabalhadores imigrantes.

À frente do Brazilian Worker Center (BWC), desde 2010, ela se tornou uma das mais destacadas dos trabalhadores, principalmente dos brasileiros. Ela disse que quando recebeu o convite para assumir o cargo, ficou bastante emocionada, e aceitou de imediato. Um dos principais motivos é que ela terá mais influência para defender as classes mais vulneráveis.