Homem negro é morto pela polícia com 96 tiros durante abordagem policial

Mundo – Policiais à paisana de Chicago, nos Estados Unidos, dispararam 96 vezes, em 41 segundos, contra um homem negro durante uma abordagem de trânsito, de acordo com imagens da câmera corporal do agente divulgadas pelas polícia na terça-feira, 9, sobre um caso que ocorreu em 21 de março. Os policiais afirmam que o motorista atirou primeiro.

A divulgação do vídeo levou a uma nova onda de críticas à abordagem policial nos EUA, e também a pedidos pelo fim da chamada Unidade Tática na cidade de Chicago — um grupo de policiais que circula em bairros mais violentos à paisana, para flagrar crimes e impedir a ação de bandidos, mas que se notabilizou por abordagens violentas nos últimos anos.

Cinco policiais de uma unidade tática que estavam em um carro policial não identificado no mês passado cercaram uma SUV dirigida por Dexter Reed, supostamente porque ele não estava usando cinto de segurança. Os policiais pedem várias vezes para Dexter descer do carro, e ele não o faz. O vídeo mostra o homem de 26 anos baixando brevemente a janela e depois levantando-a, recusando-se a sair do veículo, enquanto mais policiais se aproximam, gritam e sacam armas.

O Escritório Civil de Responsabilidade Policial disse que uma “evidência preliminar” mostra que Reed atirou primeiro, ferindo um agente na vizinhança de Humboldt Park, no oeste de Chicago. Quatro policiais, então, abrem fogo, atirando 96 vezes. Os tiros continuaram mesmo depois que “Reed saiu de seu veículo e caiu no chão”, disse o escritório ao publicar as imagens da câmera corporal usada pelos agentes.

O vídeo, divulgado apenas nesta semana, fornece uma perspectiva mais clara do que a polícia havia declarado no mês passado. O superintendente Larry Snelling inicialmente disse que o tiroteio do dia 21 de março começou com uma blitz policial e descreveu como uma “troca de tiros”.

Membros da família de Reed questionaram o relato das autoridades, buscando por respostas dos motivos dele ter sido parado pela polícia. Andrew Stroth, um advogado da família, disse que a mãe, a irmã e o tio de Reed viram o vídeo e ficaram perturbardos. Ele disse que se lembram do jovem como um talentoso jogador de basquete, com ambições de ser locutor esportivo.

Fonte: Estadão