Da revista Marie Claire
Uma estudante de 14 anos cometeu suicídio, no Quênia, depois de supostamente ter sido envergonhada pela professora por deixar vazar sangue da menstruação pela roupa. De acordo com o The Daily Nation, a jovem Jackline Chepngeno teria sido expulsa da sala de aula quando menstruou pela primeira vez, no dia (13) de setembro, na cidade de Kabiangek.
A mãe de Jackline, Beatrice Koech, disse para a publicação que sua filha não tinha um absorvente em mãos e que, ao ver o sangue em sua calça, a professora chamou a menina de “suja” e a expulsou da sala de aula, em frente à turma toda.
Um grupo de cerca de 200 pais de alunos protestaram na porta da escola contra o caso. Cinco deles foram presos e a as aulas foram suspensas. “Juntamente com outras mulheres deputadas, sitiamos o Ministério da Educação em protesto pela menina de 14 anos que cometeu suicídio após uma professora ridicularizá-la publicamente”, escreveu Esther M. Passaris, membro da Assembleia Nacional do Quênia, no Twitter.
Em 2017, o Quênia aprovou uma lei exigindo que as escolas fornecessem absorventes gratuitos às estudantes, evitando que elas faltassem à aula quando estivessem menstruadas, mas o programa ainda não foi plenamente implementado.De acordo com o relatório de 2014 da ONU, uma em cada 10 meninas da África Subsaariana faltam às aulas quando estão menstruadas. O Ministério da Educação deve dar em breve uma resposta ao caso.
Estigma e tabu
O Portal da Capital AM tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio e tentativas que ocorrem em locais públicos que causam mobilização social. Isso porque é um tema que deve ser debatido com muito cuidado pela população de forma transparente.
Em diversas sites, o tema é um tabu, considerado falta de ética e, por isso, não é discutido abertamente.
Sensibilizar a comunidade e quebrar o tabu são ações importantes para alcançar progressos na prevenção do suicídio.
Prevenção ao suicídio
Ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que auxilia na prevenção do suicídio, passaram a ser gratuitas em todo o país em julho do ano passado. Um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, assinado em 2017, permitiu o acesso gratuito ao serviço, prestado pelo telefone 188.