Nesta semana, Israel tenta eleger seu premiê pela quinta vez em quatro anos 

Pela quinta vez em quatro anos a população de Israel irá às urnas, nesta terça-feira (01), na tentativa de escolher seu novo primeiro-ministro.

Após a dissolução do parlamento israelense, o Knesset, em junho deste ano, novas eleições foram convocadas, motivadas pela perda da maioria parlamentar do governo de Naftali Bennett e Yair Lapid.

No sistema eleitoral israelense se vota no partido, e o líder do partido mais votado recebe do presidente do país um mandato para formar uma coalizão.

Para ter maioria na Knesset – parlamento de Israel que conta com 120 cadeiras – é necessário que uma aliança tenha no mínimo 61 membros, e Idit Silman, deputada de direita que participava do partido Yamina, o mesmo do primeiro-ministro Bennet, deixou o grupo com 60 deputados após sua saída em Abril deste ano, um a menos que o necessário.

Essa situação abre a possibilidade do retorno do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Foi com a intenção de encerrar 12 anos de mandados consecutivos do político apelidado de “Bibi” que, em junho de 2021, e após intensas negociações, formou-se uma coalizão única na história de Israel, que reuniu partidos de direita, esquerda, centro e até mesmo uma inédita formação árabe.

No entanto, por conta das instabilidades internas que culminaram na dissolução desse parlamento, Benjamin Netanyahu retomou sua posição de influência, colocando-se como líder da oposição.

Atualmente, o partido de Bibi leva uma ligeira vantagem em relação aos demais. As últimas pesquisas apontam a vantagem do Likud de Netanyahu (direita) com 31 das 120 cadeiras no Knesset (Parlamento), contra 24 para o Yesh Atid, do primeiro-ministro Yair Lapid, e 14 para o Sionismo Religioso (extrema direita) de Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, algo inédito.

Desde o início da campanha, Netanyahu afirmou que queria formar um “governo de direita” que agrupasse os votos das formações ultraortodoxas e da extrema direita. Com esses partidos, o Likud estaria perto de alcançar a maioria, segundo projeções.

André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil, lembra que “Israel é a maior democracia do Oriente Médio e suas eleições são gerais, nacionais, diretas, proporcionais e secretas. Seu sistema permite que o parlamento espelhe a diversidade da população israelense, mas é esse mesmo sistema que dificulta que se atinja uma maioria que apoie um premiê”, ele explica.

 

FOTO: World Economic Forum/Flicker