“O Talibã está caçando e executando as pessoas LGBT”, denuncia ativista homossexual no Afeganistão

Mundo – Em agosto deste ano, após a saída do exército dos EUA do Afeganistão, o Talibã, em um prazo de quinze dias retomou o poder total no Afeganistão quando, no dia de 16 agosto ocupou o salão presidencial de Cabul, capital afegã.

Inspirados por uma interpretação radical da Sharia, o Talibã se move por uma ideologia teocrática que exclui mulheres da vida social e pune com a morte as pessoas LGBT.

Todavia, os olhares da imprensa, nacional e internacional, se focaram nos jornalistas estrangeiros que estava no Afeganistão e com o futuro das mulheres, visto que o país voltaria a viver sob um regime teocrático e misógino.

Mas, nada foi dito sobre o futuro da comunidade LGBT sob o domínio de um governo Talibã.

Motivados pela ausência dessa questão, iniciamos uma pesquisa e, entre o agosto e setembro fizemos contato com Artemis Akbari, afegão e gay que hoje vive na condição de refugiado na Turquia.

A história de Artemis pode ser contada na perspectiva fronteiriça e de fuga dos regimes islâmicos que, historicamente perseguem e punem com a morte as pessoas LGBT: nascido no Irã e fruto de uma família que fugiu do Afeganistão em 1986, por conta da primeira guerra promovida pelo Talibã, anos mais tarde, Artemis teve, também, que sair do território iraniano, pois, assim como no Afeganistão, a homossexualidade é um crime e um pecado nefando

Vivendo na Turquia, Artemis Akbari se juntou com outras pessoas LGBT do Afeganistão e do Irã e hoje fazem militância a partir da Radio Ranginkaman, ferramenta que utilizam para fazer contato com as pessoas LGBT afegãs e iranianas, bem como ajudá-las com dinheiro e a deixar os seus respectivos países.

Quando perguntamos sobre as declarações de líderes do Talibã sore terem mudado e que atualmente “respeitam os direitos humanos”, Artemis foi enfático e afirmou que eles estão mentindo. “Recentemente, um jurista do Talibã deu uma entrevista para um emissora alemã e nessa entrevista ele declarou que existem duas punições para os relacionamentos homossexuais: apedrejamento até a morte ou derrubar um muro em cima da pessoa”, declarou o ativista afegão.

Via: Revista Fórum