Tumulto no funeral do general Qassen Soleimani deixa mais de 30 mortos

Ao menos 32 pessoas morreram e 190 ficaram feridas nesta terça-feira durante tumulto no funeral do general iraniano Qassem Soleimani em Kerman (Irã), sua cidade natal, onde será enterrado após quatro dias de homenagens.

A informação foi dada por Pirhossein Koulivand, chefe da equipe médica de emergência do Irã, em depoimento dado a TV estatal. 

O tumulto ocorreu enquanto a procissão estava em andamento. O funeral do militar foi adiado. Imagens do tumulto circulam nas redes sociais. Nessa segunda-feira, 6, uma multidão se reuniu na Universidade de Teerã, onde o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, dedicou orações ao militar considerado herói iraniano, morto em ação dos Estados Unidos no Iraque. 

De acordo com a TV estatal do país, a multidão foi formada por milhões de iranianos, que se alternavam entre explosões de tristeza e de fúria, com gritos como “Morte à América!” e “Morte a Israel!”. Dentre a multidão, também estava presente o chefe do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh. Ao longo da caminhada, foram queimadas bandeiras dos EUA e de Israel, enquanto homens e mulheres pediam vingança pela morte de Soleimani.

Tensão 

A escalada de tensão entre Irã e Estados Unidos aumentou na última quinta-feira, depois que o governo norte-americano realizou um bombardeio no aeroporto internacional de Bagdá, no Iraque, matando o general Qassem Soleimani, considerado um dos homens mais importantes do território iraniano. 

A partir deste ato, o Irã prometeu uma resposta à altura, com seu guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei clamando por vingança. Nesse domingo, um conselheiro do Irã declarou que a resposta do pais ao bombardeio norte-americano será “militar”, ou seja, contra locais militares. “O Irã não está buscando a guerra, mas está pronto para enfrentar qualquer situação”, declarou por sua vez o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Abbas Moussavi, em entrevista coletiva em Teerã. 

Também no domingo, o parlamento do Iraque decidiu por solicitar ao governo que expulse do país a coalizão internacional. Durante uma sessão extraordinária, transmitida ao vivo pela televisão estatal e na presença do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, os deputados aprovaram uma decisão que “obriga o governo a preservar a soberania do país, retirando seu pedido de ajuda”, informou o chefe do Parlamento, Mohammed al-Halbussi.