Americanas planeja fechar 80 lojas e reavaliar estrutura de funcionários

A Americanas está elaborando um plano para encerrar as atividades de 80 unidades espalhadas pelo país e também está considerando realizar uma nova rodada de cortes de funcionários em suas lojas físicas. O presidente da empresa, Leonardo Coelho, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (26), revelou que estão sendo avaliadas duas estratégias para alcançar as metas de rentabilidade da organização.

Desde janeiro de 2023, a empresa está em processo de recuperação judicial após ter revelado uma fraude contábil de R$ 25 bilhões. Atualmente, a Americanas opera cerca de 1.680 lojas e planeja reduzir esse número para aproximadamente 1.600 até o final do ano.

Uma das estratégias em consideração é aumentar o número de subordinados por gerente na empresa, visando ter de 5 a 7 supervisores sob a responsabilidade de cada gerente, em comparação aos atuais 2 supervisores por chefia. Outra abordagem que está sendo avaliada é a alocação de apenas 60% do orçamento do último ano para os setores que compõem a organização, adotando uma lógica de “orçamento base zero”.

“Vamos escolher com base na comparação dos dois exercícios. Em algumas áreas, podemos adotar o orçamento base zero e aceitar entregas diferentes das atuais, enquanto em outras, podemos manter o desenho do orçamento anterior, otimizando as estruturas existentes”, afirmou Coelho.

Quanto ao fechamento das novas lojas físicas, Coelho revelou que 80 unidades com resultados negativos estão sob observação e serão monitoradas nos próximos 3 meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos os melhores resultados possíveis, mas eles não foram suficientes para reverter as contribuições negativas para o negócio como um todo”, disse Coelho. Ele ressaltou que a decisão de encerrar as atividades será a última opção, planejando explorar outras alternativas, como negociações com proprietários de imóveis e mudanças na variedade de produtos oferecidos, dependendo da situação de cada unidade.

Os resultados financeiros divulgados na segunda-feira (26 de fevereiro) mostraram que a Americanas teve um prejuízo de R$ 4,61 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, representando uma melhora em relação aos R$ 6,02 bilhões registrados no mesmo período de 2022. A empresa está em recuperação judicial após revelar inconsistências contábeis de R$ 25,2 bilhões no início de 2023.

Além disso, a receita líquida da Americanas nos primeiros nove meses de 2023 teve uma queda de 45,1% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 10,293 bilhões. A principal razão para essa queda foi a diminuição das vendas online após as revelações das inconsistências contábeis. A empresa registrou uma queda de 77,1% nas vendas digitais durante o mesmo período.

A Americanas também divulgou que o balanço do quarto trimestre de 2023 está previsto para 26 de março. A homologação do plano de recuperação judicial pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro também foi anunciada nesta segunda-feira. O plano havia sido aprovado pela maioria dos credores no final de 2023.

Com um declínio de 7% no número de lojas, passando de 1.880 para 1.748 em um ano, a Americanas está trabalhando para encontrar novas fontes de crescimento. “As lojas que serão fechadas neste ano não contribuem positivamente para a companhia, especialmente as de menor porte”, afirmou Coelho, destacando o empenho da empresa em encontrar novas oportunidades de expansão.