Polícia Civil indicia Sari Corte por abandono de incapaz na morte do menino Miguel

Brasil – O delegado Ramon Teixeira convocou uma entrevista pela internet para comentar o fim do inquérito. Segundo ele, ao permitir que Miguel andasse sozinho no elevador, Sari teve uma conduta dolosa, com intenção.

O delegado afirmou que a ex-patroa da mãe de Miguel sequer acompanhou a movimentação do elevador pelo visor que fica no andar, retornando ao apartamento para continuar fazendo as unhas.

“Ela própria admite isso. A isso, somados a outros elementos de prova, outros elementos de informação bastante importantes para o desfecho do caso, a exemplo do depoimento da manicure que lá trabalhava, frases consignadas nos autos no sentido de que não teria responsabilidade sobre a criança, que deixou a criança passear, já se passava ser possível visualizar o chamado dolo de abandonar”, explica o delegado Ramon Teixeira.

O delegado disse que ao deixar Miguel sozinho no elevador, Sari também infringiu uma lei municipal.

“A criança, da qual a gente tanto falou nessa coletiva, tinha cinco anos de idade, ela sequer poderia ficar desacompanhada no elevador. Teria ocorrido por uma irritação ou cansaço de tentar remover aquela criança do elevador uma, duas, três, quatro, cinco vezes”, afirma o delegado.

Para o delegado, trata-se de um crime preterdoloso, ou seja, intermediário entre o homicídio culposo e o doloso.

O inquérito agora segue para o Ministério Público. Os promotores vão analisar e podem pedir novas diligências, e depois decidem se oferecem ou não denúncia à Justiça.

Mirtes Souza, mãe de Miguel, escreveu uma carta, divulgada pelos advogados, em que afirma que Sari Corte Real optou por não proteger o menino e que ele foi largado no elevador sem ninguém.

A defesa de Sari Corte Real afirmou que o relatório da Polícia Civil conflita com os elementos reunidos no inquérito e que irá aguardar o posicionamento do Ministério Público.

Fonte G1