Caso Flávio: promotor diz que por pouco não houve dois assassinatos

O promotor de Justiça Igor Starling Peixoto, titular da 16ª Promotoria de Justiça, informou que Elielton Magno Gomes Menezes, que recebeu dois golpes nas costas do dia do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, só não morreu porque conseguiu fugir e pedir ajuda no dia do crime que chocou a cidade de Manaus.

Em denúncia oferecida à Justiça do Amazonas pelo Ministério Público do Estado (MP-AM), contra 5 pessoas pela morte de Flávio, o órgão afirma que há indícios de autoria e provas que os autores do homicídio e tentativa de assassinato de Elielton Magno são o policial militar Elizeu da Paz, o lutador de MMA Mayc Vinícius Texeira Parede e Alejandro Molina Valeiko, filho da primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko., e enteado do prefeito Arthur Virgílio Neto.

O engenheiro Flávio Rodrigues, de 42 anos, foi encontrado morto no último dia 30 de setembro deste ano em um terreno no bairro Tarumã, na Zona Oeste da capital.

Ainda conforme a denúncia, no dia 29 de setembro, por volta das 22h20, em razão do comportamento de Alejandro no interior da casa onde morava, localizada no Condomínio Passaredo, na Zona Oeste de Manaus, Elizeu, segurança pessoal de Alejandro, e Mayc foram ao imóvel, dentro de um veículo Corolla dirigido pelo policial militar, de cor preta, placas PHY-8178, e após acesso permitido no condomínio em razão de autorização prévia, estacionaram o automóvel e entraram no apartamento de Alejandro.

Às 22h30, Elielton Magno chega ferido à guarita do condomínio e recebe auxílio dos agentes de portaria. Minutos após, por volta de 22h33, Elizeu e Mayc saem em alta velocidade do Condomínio Passaredo no mesmo veículo Corolla, com Mayc Parede segurando Flávio Rodrigues no banco de trás, comprovadamente ferido, pois a perícia no veículo encontrou material genético da vítima.

Sobre o que aconteceu dentro do imóvel, o MPE-AM informou que as agressões foram praticadas por Elizeu, Mayc e Alejandro em coautoria por omissão, com indícios de ação, demonstradas pelos confrontos entre as provas técnicas e testemunhais.

Na ocasião, sem qualquer justificativa, foram desferidos golpes de faca na vítima fatal, totalizando seis perfurações – duas na região abdominal, duas na região dorsal e duas na coxa esquerda –, somadas as múltiplas escoriações de arrasto no tronco e nos membros, além de sufocação e lesões na face. Ainda foram desferidos dois golpes nas costas de Magno, o qual somente não teve o mesmo destino por ter conseguido fugir e conseguir socorro.

A denúncia salienta ainda que depois do crime não se sabe se após deixar o corpo de Flávio no terreno no Tarumã, Elizeu ordenou a lavagem do automóvel, ciente que o procedimento de limpeza prejudicaria o exame pericial. No entanto, sabe-se que no Passaredo, a irmã de Alejandro, Paola Valeiko, limpou as manchas de sangue encontradas na sala da residência antes da realização da perícia no local.

Alejandro, Mayc e Elizeu da Paz foram denunciados por homicídio; José Edvandro Martins de Souza Júnior por denunciação caluniosa; e Paola Valeiko por fraude processual. O MPE- AM não ofereceu denúncia contra Elielton Magno e o cozinheiro Vittorio Del Gatto.