Caso Sotero: Vídeo com projeção 3D será usado para reforçar legítima defesa

Vídeos serão usados, tanto de defesa quanto da acusação, no início do julgamento do delegado Gustavo Sotero, acusado do homicídio do advogado Wilson Justo Filho, ocorrido em 25 de novembro de 2017, na casa noturna Porão do Alemão. As informações são do Portal do Marcos Santos.

As equipes, em duas coletivas nesta segunda-feira (28), um dia antes do início do julgamento, amanhã, vão apresentar vídeos que usam também parte das imagens das câmeras de segurança da casa noturna, onde ocorreu o crime.

Vídeos

A equipe de profissionais responsáveis pela defesa de Sotero, liderada pelo advogado Claudio Dalledone Junior, fará uma coletiva às 14h, no hotel Da Vinci.

Além de Dalledone, estarão presentes os advogados Caio Fortes de Matheus, Renan Pacheco Canto e a perita criminal Jussara Joeckel, a delegada Emília Ferraz, presidente do Sindicato dos Delegados de Carreira do Amazonas (Sindepol-AM), e Akerna Chagas, presidente do Sindicato dos Escrivães e Investigadores da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sindeipol-AM).

No vídeo da defesa, com projeções em 3D, que será usado no julgamento para reforçar a tese de legítima defesa, aparecem imagens que mostram soco desferido pelo advogado e o delegado se defendendo.

Acusação

Pela parte da acusação, o assistente técnico e perito criminal Ricardo Molina, estará em Manaus hoje, com assistentes de acusação, advogados habilitados e a Procuradoria de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM).

O grupo fará uma coletiva às 11h, no mini-auditório da OAB Amazonas, oportunidade em que apresentarão um laudo técnico sobre as imagens que captaram o homicídio triplamente qualificado do advogado Wilson Justo Filho.

Entenda o caso

O advogado Wilson Justo Filho foi assassinado por volta das 3h no Porão do Alemão. O autor dos disparos foi identificado como o delegado de polícia Gustavo Sotero, que usou uma pistola Taurus .40. Além de matar Wilson, o delegado ainda deixou outras três pessoas feridas.

Sotero, no dia do crime, foi levado ao 19o Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi indiciado por homicídio doloso e lesão corporal. As vítimas foram atingidas quando estavam no piso inferior do bar, bem próximo ao palco.

Wilson Justo Filho, conhecido como Wilsinho, morreu após ser atingido por quatro tiros durante o tiroteio. A esposa dele, Fabiola Rodrigues Pinto de Oliveira, 32, também foi baleada.

Legítima defesa

O delegado Gustavo Sotero, alegou em depoimento que agiu em legítima defesa. Em seu depoimento, Sotero afirma que foi surpreendido com um soco e que chegou a pedir para o advogado parasse a agressão. O delegado também alegou que não conhecia Wilson Justo, e que não teve noção de que atirou em outras pessoas.

Tribunal do Júri

A 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus dará início, na próxima terça-feira (29), em Manaus, ao julgamento de Gustavo de Castro Sotero, que é réu no processo nº 0641996-45.2017.8.04.0001, acusado de homicídio contra Wilson Justo Filho em crime que ocorreu no dia 25 de novembro de 2017, em uma casa de show localizada na zona Oeste de Manaus.

No mesmo processo, o mesmo réu é acusado de tentativa de homicídio contra Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira (esposa de Wilson), Maurício Carvalho Rocha e Yuri José Paiva Dácio de Souza.

A sessão de julgamento será realizada no plenário principal do Fórum Ministro Henoch Reis e será presidida pelo juiz de Direito Celso Souza de Paula, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus. O mesmo júri contará com a participação do promotor de Justiça George Pestana, representando o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE).

Dois peritos

Na sessão do Tribunal do Júri, 14 testemunhas, de defesa e acusação, serão ouvidas, além de três vítimas. Para o júri, também foram convocados dois peritos.

No júri, durante o período destinado ao debate, será disponibilizado o tempo de 1h30 para acusação e o mesmo tempo para a defesa. Em caso de réplica e de tréplica, o magistrado presidente da sessão concederá mais 1 hora para acusação e defesa.

Roteiro

Para evitar o cansaço dos jurados, o juiz Celso Souza de Paula antecipou que, no caso de se estender por mais de um dia, a sessão de julgamento será interrompida sempre às 20h30, recomeçando no dia seguinte às 9h. A perspectiva é que o júri seja concluído em três dias.

Na abertura do júri, no dia 29 de outubro, às 9h, será realizada a abertura da sessão com o sorteio dos jurados e na sequência: oitiva das vítimas, das testemunhas de acusação e das que forem em comum com as de defesa.

No dia 30 de outubro, a partir das 9h, serão realizadas as oitivas das testemunhas de defesa, dos assistentes técnicos da acusação e da defesa. No dia 31 de outubro às 9h, serão realizados o interrogatório do acusado, os debates, a quesitação e prolatação da sentença.