Crianças desaparecidas no ano passado, eram estupradas e vendidas pelos pais

Na manhã desta terça-feira (18), a operação “Medusa” resultou nas prisões de dois homens, sendo um o próprio pai, sargento da reserva da Polícia Militar do Amazonas, e o outro um comerciante de 50 anos, pela prática de exploração sexual comercial, estupro de vulnerável e favorecimento à prostituição, de duas irmãs, oito e 11 anos.

As meninas estiveram desaparecidas em dezembro de 2020 e foram encontradas com o padrasto em um ramal na AM 010. O grupo ficou desaparecido durante 8 dias e foram resgatadas sem sinais de abuso ou ferimentos. O padrasto teria denunciado o abuso por parte dos pais na ocasião.

A delegada Joyce Coelho, titular da Depca, informou que as prisões ocorreram em endereços diferentes da zona norte, e que são resultado de investigações iniciadas a partir do dia 22 de dezembro de 2020, quando as irmãs se perderam na mata, juntamente com o padrasto delas, um homem de 38 anos, enquanto se deslocavam para um sítio, no quilômetro 24 da BR-174.

“Quando as meninas retornaram, todos os questionamentos recaíram sobre o padrasto, que havia ficado com elas na mata, no entanto, na época, não foi constatado nenhum indicio de abuso sexual praticado contra as irmãs, por isso ele só foi ouvido em termo de declaração e posteriormente liberado”, explicou a delegada.

Conforme a titular, durante as investigações para esclarecer o desaparecimento das meninas, foi identificado que havia um Inquérito Policial (IPL)de 2014, em nome do pai delas, o sargento da reserva da PM-AM, acusado de estupro de vulnerável contra as duas filhas. Diante disso, foi orientado que elas fossem abrigadas no acolhimento institucional até que toda a situação fosse esclarecida.

Ainda durante as investigações, a irmã mais velha relatou à polícia que desde os três anos ela era abusada pelo próprio pai, e que, também, sua mãe a vendia para o comerciante mencionado, que tinha um estabelecimento próximo da casa delas, e que o mesmo abusava sexualmente dela, em troca de dinheiro, comida e roupas.

“A vítima relatou que na primeira vez que sua mãe a vendeu, ela recebeu R$ 20, e como a menina estava com fome e descalça, a genitora comprou feijão, arroz e um par de sandálias para a filha. Na segunda vez, a mulher disse à criança que precisava pagar uma dívida. Já em relação ao desaparecimento, a vítima disse que o padrasto estava tentando protegê-las, pois naquele dia a mãe estava esperando por elas em um sítio, para vendê-las novamente”, finalizou Joyce.

Os infratores foram conduzidos à Depca, e, após os procedimentos cabíveis na unidade policial, eles serão encaminhados à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficarão à disposição da Justiça. A mãe das meninas está foragida.