‘Golpista do Tinder’ é preso por extorquir gays em aplicativo de paquera

Um jovem identificado como João Witor Gomes, de 20 anos, foi preso por extorquir homens em um aplicativo de paquera. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, o rapaz utilizava o Tinder para conhecer homens homossexuais, de meia idade, e que não tinham sua sexualidade declarada perante a sociedade e familiares. Após se envolver com as vítimas, ele as chantageava.

Ainda segundo a polícia, após dar match no aplicativo, ele continuava a conversa com as vítimas pelo Instagram. “Após adquirir a confiança e angariar informações quanto à condição econômica da vítima, o criminoso agendava encontro amoroso com os homens. No dia combinado, em regra, na casa das vítimas, ele oferecia bebidas alcoólicas, deixava as vítimas embriagadas e depois anunciava o roubo com um faca, além de constrange-las a realizar diversas transferências, via PIX. Em seguida, fugia levando pertences de alto valor, tais como relógios, celulares e roupas de grife. O homem ainda exigia que as vítimas lhe acompanhassem até a saída do edifício para não levantar suspeita dos demais moradores”, conta o delegado que investiga o caso, Rodrigo Carbone.

O delegado revela ainda que o suspeito confiava na impunidade para intimidar e ameaçar as vítimas, pois afirmava que caso houvesse denúncia, ele iria divulgar publicamente a sexualidade dos envolvidos. “Já identificamos três vítimas desse criminoso, além do registro de duas outras ocorrências policiais. As investigações continuam visando à completa apuração dos fatos”, afirma Carbone.

A polícia constatou também que devido ao alto padrão de vida ostentado pelo criminoso — que extorquia, em média, R$ 3 mil de cada vítima — acredita-se que exista um grande número de pessoas que não registraram o caso por temerem pela publicidade de sua vida íntima.

Na delegacia, durante o seu interrogatório, o homem confessou os crimes e revelou que utilizava os valores arrecadados para pagar pensão alimentícia dos filhos. “Ou seja, ele se valia do crime como meio de vida”, concluiu o delegado.