Justiça manda soltar, de novo, médico acusado de abusos

Do R7

A Justiça decidiu soltar o médico ginecologista Edilei Rosa de Novais, de 74 anos, acusado por 20 mulheres por abuso, importunação e assédio sexual. Ele foi beneficiado por uma liminar que atendeu a pedido de habeas corpus feito pelo seu advogado Antonio Veloso Neto. 

O desembargador Fortuna Grion acolheu os argumentos da defesa, dentre eles o de que o médico teria direito a recolhimento domiciliar já que seria “portador de doença coronariana e diabetes”.

Segundo Velloso Neto, por causa disso, o ginecologista necessita de tratamento adequado, o que não poderia ser realizado na unidade prisional. Na decisão, a Justiça determinou que o médico deve se manter afastado das vítimas e que não pode comparecer ao hospital. Ele foi afastado das suas funções no dia 28 de nomvebro, enquanto responde pelas acusações. 

Segundo o advogado Antonio Veloso Neto, a prisão preventiva é medida de exceção, que não deve ser decretada sem a extrema necessidade. O advogado afirmou, ainda, que seu cliente compareceu a todos os atos da investigação e, quando intimado, prestou todas as informações acerca das acusações, as quais ele nega.

Veloso Neto também disse que a prisão preventiva decretada por um juiz de primeira instância foi totalmente descenessária, pois o médico reside e trabalha em BH por mais de 50 anos.

Edilei Rosa de Novais foi preso por duas vezes. A primeira, em 28 de novembro, em flagrante, quando uma paciente decidiu chamar a polícia ao alegar que ele tentou beijá-la à força durante uma consulta. Ele ficou detido por um dia e foi liberado após pagar fiança de R$ 20 mil. 

Após esta primeira denúncia e com a repercussão do caso, outras 19 mulheres procuraram a delegacia para denunciar casos de abuso que teriam ocorrido ao longo de vários anos. 

Na última segunda-feira, Novais voltou à prisão, após mandado concedido pela Justiça. Ele estava em casa, acompanhado por familiares no momento em que a polícia chegou ao local. A casa e o escritório de Novais, no Hospital Santa Fé, na região Leste de Belo Horizonte, foram vistoriados e equipamentos, celulares, pen drives e tablet serão analisados pela perícia.