Militar bolsonarista que combatia o pseudo “kit gay” e, escondido, divulgava pornografia infantil pega 12 anos de cadeia

A 1ª Vara Federal de Nova Friburgo (RJ) condenou o militar bolsonarista que usou o pseudo kit gay, para atacar o candidato do PT, Fernando Haddad nas eleições de 2018. Jorge Antônio Batalino Riguette, de 67 anos, foi condenado a 12 anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado por pornografia infantil.

Jorge Antônio militar e analista de sistema, trabalhava com informática e morava em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Ele foi apontado pelo FBI como um dos 100 maiores distribuidores de pornografia infantil na internet. Ele foi alvo de busca e apreensão a pedido do FBI, acusado de ser um dos maiores distribuidores de pornografia infantil na internet.

Riguette foi candidato a vereador pelo DEM na cidade de Trajano de Moraes, em 2008. Em 2018, fez campanha por Jair Bolsonaro em suas redes sociais, onde também fazia elogios abertos à ditadura militar.

Jorge Antônio usou o pseudo kit gay, que nunca existiu, para atacar os adversários de seu candidato Jair Bolsonaro. O candidato do PT Fernando Haddad foi alvo de vários ataques de Riguette.

O juiz federal Artur Emílio de Carvalho Pinto, acatou o pedido do MP com base na investigação do FBI, no período de 15 a 21/09/2017, onde se evidenciou que Riguette era um dos 100 maiores distribuidores de arquivos exclusivos de pornografia infantil por meio de várias redes de internet.

“Algumas dessas imagens evidenciam cenas de abuso sexual de adolescentes e de crianças, inclusive de tenra idade, situação que não pode ser ignorada pelo Poder Judiciário. Além disso, nos interrogatórios (policial e judicial), o réu afirmou que ‘cursou alguns anos da faculdade de Direito’, deixando claro que sabia da ilicitude do ato de armazenar e compartilhar/disponibilizar tais arquivos, possuindo conhecimento especializado em informática”, diz.

Segundo o magistrado, o armazenamento de fotos  revela que esta circunstância não foi aleatória ou acidental, mas fruto de uma deliberada e intensa atividade empreendida pelo réu.

“Em relação aos fatos narrados, Riguette compartilhou, pela internet, pelo menos, 197 arquivos em bancos de dados internacionais como de exploração sexual de crianças/adolescentes, contendo cenas de sexo explícito ou pornográficas envolvendo crianças e adolescentes, utilizando-se de programas de compartilhamento de arquivos”, aponta.

Para o procurador da República João Felipe Villa do Miu, responsável pela ação, crimes cibernéticos que vitimizam crianças e adolescentes vem merecendo atuação prioritária no mundo todo.

“Nessa investigação, o condenado, que é programador, montou em seu apartamento verdadeiro ‘bunker‘ para transmissão e armazenamento de arquivos criminosos. Polícia Federal e MPF agiram com eficiência na fase investigativa e processual, para permitir que a Justiça cumprisse seu papel com rapidez.” Com informações da Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República no Rio de Janeiro.