Após decisão que beneficia madeireiros, ex-chefe da PF no AM rebate: ‘ladrões de terras e madeira’

Após decisão da juíza federal Mara Elisa Andrade, a Polícia Federal devolveu mais de 200 mil metros cúbicos de madeira que tinham sido apreendidos na divisa do Amazonas com o Pará, em dezembro do ano passado. O coordenador da operação, ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, se posicionou nas redes sociais. De acordo com ele, “o jogo só termina quando acaba”, referindo-se aos processos e decisões judiciais que são passíveis de recursos.

‘O jogo só termina quando acaba. Sentenças são sujeitas a recursos’, disse Alexandre Saraiva, após Justiça mandar a PF devolver mais de 200 mil metros cúbicos de madeira

Em outra publicação, Saraiva alfinetou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Sobre a Amazônia: de um lado, criminosos movidos por lucro, com ministro de Estado (MMA) e diversos parlamentares em suas fileiras com argumentos baseados no ardil e na fraude. De outros, servidores públicos de vários cargos, movidos por altruísmo. A história dirá quem vencerá”, declarou.

Alexandre fez críticas justamente a essa operação que apreendeu 200 mil metros cúbicos de madeira.

Relembre o caso

Alexandre Saraiva ex-chefe da PF no Amazonas, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por interferências indevidas no trabalho de fiscalização da Polícia Federal e por atuar em defesa de madeireiros flagrados praticando desmatamento na Amazônia, o que motivou sua demissão.

Destituído da função por Paulo Maiurino, diretor-geral da Polícia Federal (PF) do comando da PF do Amazonas, Alexandre Saraiva foi citado como “o alvo a ser abatido”, em troca de mensagens entre madeireiros investigados. As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Delegado de Polícia Federal, Alexandre Saraiva não ocupa uma função de indicação política como no caso do antagonista Ricardo Sales, mas é servidor público efetivo do cargo de onde não será destituído por político. Além disso é doutor em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia – PPGCASA/UFAM