Baixa popularidade de Lula ameaça sua reeleição em 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outras autoridades, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, participam do desfile na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O governo espera que cerca de 30.000 pessoas acompanhem as comemorações no local. O DF (Distrito Federal) e outras 25 capitais realizaram desfiles cívico-militares em comemoração ao 7 de Setembro. Este ano a data marca os 201 anos da Independência do Brasil. | Sérgio Lima/Poder360 07.set.2023

Um estudo da Mar Asset Management indicou que o crescimento da população evangélica e a baixa popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem comprometer suas chances de reeleição em 2026.

A análise destaca que a taxa de aprovação necessária para garantir um novo mandato seria de pelo menos 41% de avaliação “ótima/boa”, com uma conversão de 87% desses eleitores em votos. No entanto, o último levantamento da Quaest/Genial, divulgado em 27 de janeiro, mostrou que apenas 31% do eleitorado aprova o governo Lula, tornando esse objetivo distante.

Expansão evangélica e impacto eleitoral

O estudo aponta que a população evangélica deve atingir 35,8% dos brasileiros em 2026, um aumento de 3,7 pontos percentuais em relação a 2022. Segundo a pesquisa, quanto maior a densidade de templos evangélicos por 100 mil habitantes, menor a proporção de votos no PT. Atualmente, cerca de 5 mil novos templos evangélicos são abertos por ano, e, em 2024, o país já contava com 140 mil.

A projeção sugere que, se a população evangélica em 2022 já fosse do tamanho previsto para 2026, Lula teria recebido apenas 49,8% dos votos válidos, em vez dos 50,9% registrados oficialmente, o que poderia ter alterado o resultado da eleição.

Evangélicos e apoio a Bolsonaro

Até 2018, a avaliação dos presidentes pelos evangélicos não diferia muito da dos não evangélicos. Porém, a forte conexão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com valores desse grupo mudou essa dinâmica. Durante seu governo, Bolsonaro foi melhor avaliado entre evangélicos do que entre o público geral.

Já com Lula, a tendência se inverteu: sua aprovação entre evangélicos ficou abaixo da média nacional, enquanto entre não evangélicos ficou acima. O estudo também aponta que, desde 2018, os votos evangélicos passaram a se concentrar na direita, com apenas 31% desse público escolhendo os candidatos do PT nas últimas duas eleições presidenciais.

Direita cresce, esquerda encolhe

A pesquisa da Mar Asset Management revela ainda que o eleitorado brasileiro migrou significativamente para a direita na última década. Em 2024, partidos desse espectro receberam 43% dos votos, contra menos de 20% em 2012. Já a esquerda encolheu de 37,8% em 2004 para 20,5% em 2024, enquanto o centro manteve sua participação estável.

Esses dados reforçam o desafio do PT para 2026, combinando o crescimento do eleitorado evangélico com uma tendência geral de fortalecimento da direita no país.