Bolsonaro diz estar tomando cloroquina para tratar Covid-19

Brasília – Defensor ferrenho do uso da cloroquina para tratar a Covid-19 — mesmo sem comprovação científica —, o presidente Jair Bolsonaro começou a tomar a substância na segunda-feira, antes mesmo do resultado do exame. “Dados os sintomas, a equipe médica resolveu aplicar hidroxicloroquina. Tomei ontem (segunda-feira) por volta das 17h o primeiro comprimido. Também azitromicina. (…) depois da meia-noite consegui sentir alguma melhora. Às cinco da manhã (de ontem), tomei a segunda dose da cloroquina e, confesso para vocês, estou perfeitamente bem”, falou o presidente pela manhã. No fim da tarde desta terça-feira, ele chegou a postar um vídeo tomando os remédios: “Com toda certeza, está dando certo”.

Poucas horas depois de Bolsonaro confirmar que está com Covid-19, a Organização Mundial da Saúde mais uma vez reforçou a ineficácia da cloroquina, cujos testes já foram encerrados pela entidade. “Interrompemos a pesquisa da hidroxicloroquina pela segurança, já que não podemos colocar a vida das pessoas em risco. Temos evidências suficientes para saber que não há nenhum impacto para pacientes hospitalizados com Covid-19”, explicou nesta terça-feira a cientista-chefe da entidade, Soumya Swaminathan.

A confirmação de que Bolsonaro está com Covid-19 repercutiu mundo agora. Alguns dos principais veículos de imprensa nos EUA e na Europa lembraram que o presidente brasileiro tem minimizado a gravidade da pandemia.

O jornal britânico “Financial Times”, por exemplo, afirmou que Bolsonaro “há muito nega a seriedade da pandemia e participa de numerosos comícios em eventos sem precauções, como usar uma máscara”. Já o jornal americano “The Wall Street Journal” disse que o presidente brasileiro é um dos mais proeminentes líderes mundiais a “minimizar a gravidade” da pandemia de Covid-19.

Também na coletiva desta terça-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, desejou a Bolsonaro uma rápida recuperação e que ele “esteja de volta à ativa o quanto antes para apoiar seu país”. “Nenhuma nação está imune e nenhum indivíduo está a salvo”, afirmou Adhanom.

Fonte: Extra