Nesta terça-feira (8) o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer favorável à cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD-RJ). O Ministério Público do Rio de Janeiro é o responsável pela denúncia sob a acusação de ser a mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo.
Com 16 votos favoráveis a 1 contrário, os membros do colegiado aprovaram o parecer do relator, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), favorável à cassação do mandato da deputada.
Flordelis tem cinco dias úteis, contados a partir da publicação da ata da reunião do conselho, para recorrer da decisão junto à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
A deputada Bia Kicis (PSL-DF), é a responsável por nomear um relator para analisar o recurso e verificar se houve qualquer violação constitucional ou regimental.
Caso o recurso seja negado o processo segue para o plenário dos deputados. A deputada dependerá da ratificação do colegiado que deverá ter ao menos 257 dos 513 parlamentares em votos favoráveis pela cassação.
Flordelis apelou a seus colegas e pediu para que mantivessem seu mandato. “Mesmo que não acreditem na minha inocência, peço que parem de me aviltar e me permitam um julgamento digno”, afirmou. “Toda essa avalanche de crueldade contra mim e minha família diz mais sobre quem nos ataca do que sobre o que nos acusam ter feito.”
Já Leite defendeu seu relatório e afirmou que o parecer tomou como base o que leu nos autos e no que coletou a partir dos depoimentos realizados no conselho.
“Acompanhei a trajetória, pelos depoimentos, da deputada Flordelis desde os anos 1990. Desde lá, o histórico de conduta de Vossa Excelência vem sendo desconstruído dessa imagem altruísta, que é pregada e que foi pregada durante a sua eleição”, disse. “Eu diria que se existisse o crime de estelionato eleitoral, o conceito dele estaria embasado no seu caso.”
No final de fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro afastou Flordelis de seu cargo na Câmara, após o marido ter sido morto durante um assalto, que acredita-se ser Flordelis a mandante do crime.
A deputada foi indiciada pela polícia e denunciada sob acusação de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Para a polícia, a motivação do crime foi a insatisfação com a maneira que o pastor Anderson administrava a vida financeira da família.
Flordelis não foi presa por causa da imunidade parlamentar. Nesse caso, apenas os flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão.