
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que considera uma “honra” a possibilidade de ter seu visto dos Estados Unidos cancelado pelo governo Donald Trump. A declaração foi feita após o jornalista Paulo Figueiredo citar o nome da parlamentar entre os possíveis alvos de restrições por supostas posições “antiamericanas”.
Hilton destacou que o cancelamento não seria novidade, já que ela mesma havia solicitado meses antes a anulação do documento, por ter recebido um visto emitido em nome masculino, o que considerou ofensivo por ser uma mulher trans.
“Estou ciente da ‘ameaça’ do foragido Paulo Figueiredo de que, junto com Anitta e Felipe Neto, terei meu visto revogado pelo governo Trump. Para mim, isso é uma honra. Eu mesma já havia pedido o cancelamento do meu visto norte-americano. Hoje, ser proibida de entrar nos EUA equivale a ser proibida de visitar a mansão de Jair Bolsonaro: um local perigoso e decadente, que não me interessa frequentar”, escreveu no X (antigo Twitter).
A deputada também rebateu a acusação de ser “antiamericana”. Segundo ela, suas posições defendem o multilateralismo e a integração continental.
“Não sou contra a América, sou a favor dela. Defendo uma América composta por nações soberanas, pacíficas e cooperativas, do Estreito de Bering à Terra do Fogo. Uma América inteira, não apenas a do Norte, pautada pela justiça social e pelo desenvolvimento comum”, declarou.
Em seguida, Hilton deixou claro que sua crítica é direcionada a Trump. “Sou 100% antiTrump. Pelos mesmos motivos que sou contra golpistas, pedófilos, corruptos e imperialistas. Se isso desagrada Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro, que fiquem incomodados”, concluiu.
As declarações ocorreram após Paulo Figueiredo publicar nas redes sociais que parlamentares e celebridades poderiam ter vistos cancelados por críticas aos EUA, citando Erika Hilton, Anitta e Felipe Neto.