
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) gerou forte reação nas redes sociais ao publicar, no fim de semana, um vídeo com a música Resplandescente, da cantora Ventura Profana. A canção altera trechos bíblicos, trocando a palavra “Senhor”, em referência a Deus, por “travesti”, em uma adaptação do Salmo 125.
Na letra, Ventura Profana canta: “As que confiam na travesti, são como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre”. A artista, ex-evangélica e hoje adepta do candomblé, usa referências bíblicas em tom crítico, incluindo trechos como rogar praga para que “o macho caia” e afirmar que “o seu deus transicione”.
Outros versos citam expressões do meio evangélico, como “reteté”, “bêbada de glória” e até a polêmica “bota de python”, expressão que ficou conhecida após um testemunho dado pela pastora Ana Paula Valadão.
Ventura Profana se define como “cantora, compositora, teóloga, performer e travesti afro-religiosa”. Em entrevistas, já declarou que trocou a Igreja Batista, onde foi criada, pelo candomblé, religião que professa atualmente.
Críticas nas redes sociais
Após a publicação da deputada, inúmeros internautas acusaram Erika Hilton de blasfêmia e intolerância religiosa.
“Falta de respeito com a palavra dos cristãos! Intolerância religiosa gourmetizada. Nós merecemos respeito!”, escreveu uma usuária.
“Blasfemando o nome do Senhor Deus, cuidado! Se arrependa enquanto ainda há tempo”, disse outro comentário.
Outros internautas destacaram que, se o alvo fosse uma religião de matriz africana, haveria maior mobilização contra a ofensa.
Repercussão política
O vereador Pastor Dinho Souza (PL-ES), de Serra, levou o caso à tribuna da Câmara Municipal. Ele questionou a postura da deputada e afirmou que há uma tolerância seletiva: “Se fosse contra religiões de matriz africana, as reclamações seriam enormes. Mas quando é contra o cristianismo, muitos se calam”, declarou.