Famílias recebem indenização do governo 1 ano após incêndio no Educandos, em Manaus

Do G1

Quase um ano após o incêndio no bairro Educandos, na Zona Sul de Manaus e que deixou centenas de pessoas desabrigadas, 152 famílias participaram da cerimônia de entrega de indenizações, na manhã desta segunda-feira (16). A ação foi realizada pelo Estado.

O valor disponibilizado pelo Governo totaliza investimentos de R$ 4.782.000,00. Ao todo, 135 moradores – casa no local – serão contemplados com o cheque-moradia no valor de R$ 35 mil, 15 proprietários não-moradores receberão R$ 15 mil cada e 2 inquilinos que moravam aluguel valor de R$ 6 mil.

Os pagamentos foram viabilizados por meio das secretarias de Estado da Assistência Social (Seas) e de Habitação (Suhab), em parceria com a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM).

Outras 245 famílias precisam ser indenizadas, segundo o Governador, Wilson Lima. No entanto, a Defensoria Pública viabiliza audiências com secretarias responsáveis para dar continuidade aos cadastros. Na manhã desta segunda-feira (16), as famílias receberam um cheque administrativo para efetuarem o saque imediato do valor.

O governador falou da possível construção de um Prosamim na região em que ocorreu o incêndio.

“Eu já autorizei o início de um estudo para que os próximos projetos do Prosamim estejam incluídos essa área do bairro Educandos. Fizemos uma reavaliação de todas as obras que eram financias pelo BID, inclusive essas de paisagismo e me ofereceram cinco outros projetos, que dentro deles estamos pleiteando a recuperação daquela área afetada”, disse o governador.

Até o mês de fevereiro de 2020, o projeto de construção na região atingida deve estar pronto.

No sábado (14), famílias se reuniram para pedir respostas e esclarecimentos de como vão funcionar as indenizações por parte do Governo e Prefeitura de Manaus. O encontro foi pacífico e ocorreu na área onde ocorreu o incêndio.

Famílias afetadas

Algumas famílias afetadas pelo incêndio estiveram presentes na cerimônia. O industriário Alessandro Cunha, de 41 anos, foi acompanhar a mãe, 72, que perdeu a casa naquele dia. Eles moravam juntos na residência.

“Foi uma tragédia. De lá para cá tem sido muito difícil tentar se reerguer. Eu lembro que tinha acabado de chegar do trabalho, tive que tirar primeiro ela [mãe] às pressas, vi o fogo longe, mas procurei logo tirá-la. Depois tentei tirar as coisas. Agora, é um recomeço. Vamos tentar aos poucos. Ainda não sabemos, realmente, o que iremos fazer com o dinheiro pois para comprar uma casa hoje em dia, é difícil. Mas, agradecemos pela indenização”, contou.

A líder comunitária do Educandos, Andreia Brito, relembrou que no dia estava em um campeonato de futebol na quadra esportiva quando ocorreu o incêndio. “Agora, é um recomeço. É uma esperança para as famílias que estavam esperando uma resposta. A gente sabe que têm exemplos de outras tragédias que até hoje não foram indenizadas. Ainda não é o total das famílias que vai receber, mas pelo menos 152 já foram contempladas. O nosso sentimento é de agradecimento”, disse.

O incêndio

Aproximadamente 600 casas foram atingidas no incêndio que teve início na noite do dia 17 de dezembro, em uma área com dezenas de casas de madeira, entre as ruas Inácio Guimarães e Nova, por volta das 20h, e se propagou para residências de alvenaria. A quantidade de veículos estacionados nas vias, o vento constante e a interrupção na distribuição de energia elétrica agravaram a situação.