Brasília — Após chamar a primeira-dama da França, Brigitte Macron, de “feia”, o ministro da Economia, Paulo Guedes divulgou uma nota na qual pede desculpas, classifica a fala como uma “brincadeira”, e diz que o objetivo era ilustrar que “questões relevantes” estão sem espaço público. A declaração foi dada em Fortaleza em uma palestra para cerca de 600 empresários.
Arminio Fraga:
‘Retrocesso na democracia já ocorreu. O risco é que piore’
“O ministro Paulo Guedes pede desculpas pela brincadeira feita hoje em evento público em Fortaleza (CE), quando mencionou a primeira-dama francesa Brigitte Macron. A intenção do ministro foi ilustrar que questões relevantes e urgentes para país não têm o espaço que deveriam no debate público. Não houve qualquer intenção de proferir ofensas pessoais”, diz a nota de Guedes.
Ao citar a polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, Guedes afirmou:
Celina:
Por que todo homem se acha no direito de comentar a aparência de uma mulher?
— O que vejo nos jornais é que ele (Bolsonaro) xingou a (Michelle) Bachelet, que chamou a mulher do (presidente Emmanuel) Macron de feia. É feia mesmo, não é nenhuma mentira.
Sob risos da plateia, emendou :
— Não existe mulher feia. O que existe é mulher vista pelo ângulo ruim.
Declaração foi feita em Fortaleza a uma plateia de empresários sobre os comentários de Bolsonaro dirigidos à primeira-dama da França.
Declaração foi feita em Fortaleza a uma plateia de empresários sobre os comentários de Bolsonaro dirigidos à primeira-dama da França.
A declaração de Guedes gerou críticas. Em post no Twiter, a economista Elena Landau, ex-diretora do BNDES, disse que ministro tem que ter postura.
Na semana passada, os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron trocaram farpas por causa das queimadas na Floresta Amazônica. Macron chegou a chamar Bolsonaro de
mentiroso
e sinalizou que os franceses poderão não assinar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Na rasteira das discussões, um seguidor publicou uma montagem de fotos dos casais Macron e Bolsonaro em um post no Facebook do presidente brasileiro, com a legenda: “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”.
O presidente brasileiro respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”.
No dia seguinte, Bolsonaro disse que
não endossou o comentário
e alegou que falou para um seguidor seu não “falar besteira.” Ele destacou ainda que não se mete na “questão pessoal”.
No entanto, o presidente francês disse que o comentário sobre Brigitte foi “triste” para os brasileiros, uma “vergonha” para as mulheres brasileiras e “extremamente desrespeitoso”. Afirmou ainda que “respeita” os brasileiros e que espera que “eles tenham muito rapidamente um
presidente que se comporte à altura” do cargo.
Na quarta-feira, o alvo dos ataques de Bolsonaro foi a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, a ex-presidente chilena
Michelle Bachelet
, que criticou políticas do seu governo.
Novamente em um post do Facebook, o presidente brasileiro afirmou que Bachelet está “seguindo a linha” do presidente francês ao se “intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira”.
As informações são do O Globo