O Ministério das Relações Exteriores recebeu o aval oficial dos Estados Unidos para que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, seja embaixador do Brasil em Washington. A assessoria do Itamaraty confirmou que o ministério recebeu a resposta dos EUA ao chamado pedido de ‘agrément’ do governo brasileiro.
Agora, o presidente Jair Bolsonaro poderá formalizar a indicação no Diário Oficial da União (DOU) e encaminhar o nome ao Senado, que precisa aprovar Eduardo Bolsonaro para a embaixada. Bolsonaro já disse que só estava esperando a resposta dos Estados Unidos para encaminhar o nome do filho ao senadores.
Eduardo passará por sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado e precisa seu nome aprovado em votação secreta no colegiado e no plenário da Casa. Só então é que poderá ser oficialmente designado para assumir a representação diplomática.
Bolsonaro diz que não tem pressa para indicar
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 9, que não tem pressa em encaminhar ao Senado a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada brasileira em Washington. Ao deixar o Alvorada, ele relatou que recebeu a resposta oficial dos Estados Unidos dando aval à indicação por meio de uma carta escrita de próprio punho pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Bolsonaro reforçou ainda que o filho vai precisar demonstrar conhecimento no Senado, onde a indicação precisa ser aprovada. “Se não mostrar conhecimento, reprova”, declarou o presidente. Ele reforçou ainda que o deputado é “muito bem relacionado” entre os senadores, após ser questionado que argumentos o governo vai usar para aprovar a indicação.
A indicação de Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos pode quebrar uma tradição dentro do Itamaraty, desde a redemocratização, de ter na embaixada em Washington sempre um diplomata de carreira. Em entrevistas ao Estado, dois ex-ocupantes do cargo criticaram a nomeação. O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero disse que não havia “precedentes em países civilizados”, enquanto o também ex-ministro Marcílio Marques Moreira disse esperar que a nomeação “fosse repensada”. / Colaboraram Julia Lindner e Eduardo Rodrigues (Fonte: Estadão)