O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição a Luís Roberto Barroso, que se aposentou antecipadamente aos 67 anos. A informação foi confirmada por cinco auxiliares e aliados próximos do presidente.
A indicação de Messias, porém, levanta questionamentos. Ele se tornou conhecido do público em março de 2016, durante a Operação Lava Jato, quando foi divulgado um áudio em que o ex-presidente Lula conversava com a então presidente Dilma Rousseff, prestes a nomeá-lo ministro-chefe da Casa Civil. O termo de posse, enviado por Dilma, só deveria ser usado “em caso de necessidade”, em referência ao foro privilegiado dos ministros — e o documento estava sob a guarda de Jorge Messias, então conhecido como “Bessias”.
Mais recentemente, ele voltou a aparecer em grampo da Lava Jato, desta vez em uma conversa entre o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o delator Joesley Batista, sendo citado como possível entrave aos planos da JBS. Embora os diálogos não sugiram irregularidades de Messias, os episódios reforçam seu histórico de proximidade com políticos e situações controversas.
O anúncio oficial da nomeação deve ocorrer nos próximos dias. Após a indicação, Messias passará por sabatina no Senado, que decidirá se aprova ou rejeita sua nomeação. A escolha teve forte apoio de lideranças do PT, sendo ele considerado o candidato mais próximo de Lula entre os cotados para a vaga deixada por Barroso.
Perfil
Jorge Messias, de 45 anos, é procurador da Fazenda Nacional desde 2007 e poderá permanecer no STF por até 30 anos, conforme a idade máxima prevista pela Constituição. Ele já atuou como subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff.
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