Novo protesto contra Bolsonaro acontece neste sábado em Manaus

MANAUS – Entidades sindicais, movimentos estudantis e da sociedade civil de Manaus e outras cidades do Brasil irão se unir neste sábado, 2, para um novo protesto contra o governo federal. Na capital do Amazonas, o evento ocorre a partir das 15h, com saída da Praça da Saudade, Centro, em direção à Praça do Congresso.

Desta vez, ganham força no protesto nacional os possíveis crimes cometidos pela gestão Bolsonaro durante a pandemia, como tem exposto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal. A maioria envolve superfaturamento na compra de vacinas e o chamado ‘charlatanismo’ ligado à promoção de medicamentos ineficazes para a doença.

Este será o primeiro grande protesto a ocorrer no país após os atos registrados em 7 de setembro. Na manifestação do dia 2, organizada pela oposição, há destaque também para a luta por um Auxílio Emergencial digno, contra a inflação e pela derrubada da Reforma Administrativa, que tramita na Câmara dos Deputados em fase de votação em plenário.

“É importante continuarmos a denunciar publicamente as ações do governo Bolsonaro que jogam o povo brasileiro na fome e no desemprego, retirando da população direitos básicos como saúde, educação e justiça. E uma dessas políticas é a privatização dos serviços públicos, através da Reforma Administrativa. O que eles querem é acabar com o SUS e empurrar o povo para a morte na Prevent Senior”, destaca Luiz Cláudio Corrêa, presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho da 11ª Região e Justiça Federal do Amazonas (SitraAM/RR). A entidade é uma das que encabeça o protesto de sábado localmente.

Desaprovação  Bolsonaro

Além da PEC 32, o que também leva os brasileiros às ruas é o enorme descontentamento com a política do governo federal. Na última pesquisa DataFolha, a desaprovação a Bolsonaro chegou a 53%, o pior nível desde o início do mandato. A crise econômica e possíveis casos de corrupção na compra de vacinas são os principais motivos para esta impopularidade, segundo especialistas.

“O ato segue uma mobilização nacional que já ocorre há meses no Amazonas e pede por #ForaBolsonaro. Esperamos continuar com um número ainda maior de pessoas, em especial por conta do genocídio cada dia mais explícito do governo em relação à população, em especial os povos indígenas, quilombolas e demais grupos minorizados na pandemia e como projeto de governo”, explica Alessandrine Silva, do Coletivo Humaniza, uma das entidades participantes do ato em Manaus. Ela destaca as recentes descobertas da CPI da covid-19, que revelou possíveis esquemas de corrupção para tentar lucrar (e desviar dinheiro com superfaturamento) na compra de vacinas, como no caso Davati.

Revolta amazonense

Há também o clamor pela movimentação dos amazonenses, a considerar que o estado foi um dos mais prejudicados durante a pandemia, chegando a ter uma crise de desabastecimento de oxigênio que matou, oficialmente, mais de 30 pessoas em janeiro deste ano, segundo a Defensoria Pública.

“Estamos muito dedicados na construção de uma grande agenda em defesa do nosso estado e do Brasil. Estamos conversando com professores, estudantes, trabalhadores e população em geral do Amazonas, um estado que foi muito prejudicado nessa pandemia. Temos o dever de nos posicionarmos nesse sentido”, afirma Yann Evanovick, da Frente Brasil Popular, outra sigla organizadora do ato de 2 de outubro.

Protesto cultural

O encerramento do protesto, na Praça do Congresso, será com o Festival Paulo Freire, em homenagem ao centenário do patrono da educação brasileira. Segundo os organizadores, o evento contará com declamações de poesia, bandas e apresentações teatrais diversas.