PF apura esquema de facilitação de contrabando de madeira envolvendo Ricardo Salles

Investigações da Polícia Federal (PF) apontam suspeitas de operações financeiras feitas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a partir de um escritório de advocacia que ele tem em sociedade com a mãe. Conforme o jornal Folha de S.Paulo, as operações foram feitas durante o período em que Salles exerce cargo no primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Os documentos que apontam as suspeitas fazem parte da Operação Akuanduba, deflagrada na última quarta-feira (19) pela PF. Os relatórios foram elaborados com informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e, conforme a PF, apontam um “conteúdo bastante interessante”.

Alvos da Operação Akuanduba, os sócios da Tradelink Madeiras, David Pereira Serfaty e o inglês Leon Robert Weich administram uma empresa que já se envolveu em problemas com a Justiça brasileira. Venda de madeira ilegal, falsificação de informações ambientais e exploração de trabalho escravo são alguns delas. As autuações à empresa, apontada como beneficiada por decisões do Ibama e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, ultrapassam R$ 7 milhões, segundo a Polícia Federal.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, as operações foram feitas durante o período em que Salles exerce cargo no primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os documentos que apontam as suspeitas fazem parte da Operação Akuanduba, deflagrada na última quarta-feira (19/5), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Quebra de sigilo Em 2020, a Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo bancário do escritório ligado ao ministro. Informações do Ministério Público dão conta de que ele teria movimentado cerca de R$ 2,8 milhões da conta de seu escritório para sua conta pessoal entre 2012 e 2017. Segundo as investigações, há “discrepância” entre a movimentação financeira do ministro e declarações de Imposta de Renda à Receita Federal.

Operação Akuanduba A Operação Akuanduba investiga crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.