Polícia procura assassino em série de homossexuais

Um homem está sendo procurado pela Polícia Civil do Paraná por uma série de assassinatos contra homens gays. José Tiago Correia Soroka é apontado como autor de 3 assassinatos de homossexuais entre maio e abril, 2 deles ocorreram em Curitiba e um em Aberlado Luz, em Santa Catarina. Tiago, tentou matar outro homem na última terça-feira (11), em Curitiba. Ele escolhia os alvos em aplicativos de namoro, se aproximava e ganhava confiança através de troca de fotos e matava as vítimas em suas casas, para rouba-los em seguida.

Há mandados de prisão temporária abertos contra Soroka, que é procurado pelas autoridades. A Polícia Civil trata o suspeito como um assassino em série devido à quantidade de crimes cometidos e mesma dinâmica adotada em todos os homicídios. As vítimas não eram aleatórias, os alvos eram homens gays que moravam sozinhos e todos morreram asfixiados, e roubados da casa.

Foto: Divulgação

“Estamos tratando o caso como de um serial killer porque ele praticou três homicídios de maneira semelhante e com o mesmo perfil das vítimas em um curto espaço. Ele tem alguns distúrbios psicológicos, segundo informou a família, e tudo isso leva a crer que estamos diante de um assassino em série”, explicou o delegado Thiago Nóbrega, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)

A investigação chegou ao suspeito após a comparação entre as mortes do enfermeiro David Levisio, de 30 anos, e do acadêmico de medicina Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos, os corpos foram encontrados em 30 de abril e 5 de maio, respectivamente.

A Polícia Civil do Paraná recebeu a informação de que um crime com a mesma característica ocorreu um mês antes, em 17 de março, em Abelardo Luz, contra o professor universitário Robson Paim, de 36 anos, da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul). O Tiago atacou novamente em 11 de maio contra outro homem, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Dessa vez, felizmente, ele não conseguiu assassinar a vítima, que conseguiu fugir e denunciar.

“Ouvimos diversas testemunhas. Os porteiros dos prédios e motoristas de táxi que o levou até os locais acabaram reconhecendo a mesma pessoa. Levamos as imagens para a perícia, que confirmou por exames ser a mesma pessoa para os casos. Não se restaram mais dúvidas”, diz o delegado.

José Tiago Soroka se apresentava às vítimas através de um aplicativo de namoro. Ele usava informações e fotos falsas. A conquista da confiança ocorrida após trocar fotos íntimas com os alvos dos crimes. “Quando as vítimas o encontravam, sequer sabiam com quem se relacionaria”, comentou o delegado.

Passagem pela polícia

O assassino em série tem mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Paraná em razão dos latrocínios e tentativa de homicídio. Ele tem passagens pela polícia por roubo, em 2015 e 2019, e está proibido de se aproximar de duas ex-esposas devido a medidas protetivas.

As vítimas

O primeiro assassinato cometido por José Tiago Soroka seria o do professor universitário Robson Paim. Ele foi encontrado morto na cama do quarto de casa, em Abelardo Luz. O suspeito teria levado o carro da vítima, encontrado dias depois em Curitiba. Paim era doutor em Geografia pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

O assassino em série teria matado o enfermeiro David Levisio em Curitiba, o corpo foi achado em sua casa, na Vila Lindoia. Natural de Rancho Fundo (PR), mudou-se para Curitiba havia dois meses, a trabalho, antes de morrer. No caso de Marcos Fonseca, a polícia foi acionada em 5 de maio e precisou de um chaveiro para entrar no apartamento, no bairro Portão.

A casa estava trancada e sem sinais de arrombamento e o corpo do estudante foi encontrado em estado de decomposição, com um cobertor sob a cabeça. Marcos era natural de Campo Grande (MS) e residia em Curitiba por cursar medicina na cidade.

Como denunciar

Informações que podem auxiliar na localização do foragido podem ser feitas de forma anônima pelos telefones 197 (Polícia Civil do Paraná), 181 (Disque Denúncia) ou 0800-643-1121 (equipe de investigação da DHPP).