Praça do Três Poderes passará por reforma ao custo inicial de R$ 1 milhão

A Praça dos Três Poderes, um dos ícones turísticos mais reconhecidos de Brasília, está programada para passar por uma restauração completa. O Ministério da Cultura (MinC), através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), anunciou na segunda-feira (22) o lançamento do edital de licitação para contratar o projeto.

Desenhada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a praça é o lar dos edifícios emblemáticos que representam os Três Poderes da República: o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal; o palácio do Supremo Tribunal Federal (STF), sede da máxima instância do Judiciário; e o palácio do Congresso Nacional, casa do Legislativo Federal.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a relevância desse espaço central de Brasília, reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1987 pela UNESCO. “Essa praça é um tesouro, é a mais significativa do país e precisa ser restaurada, pois há várias questões a serem abordadas, como o piso, áreas desalinhadas, iluminação e outras necessidades de reforma. E após os eventos de 8 de janeiro de 2023”, lembrou Margareth Menezes, referindo-se ao ataque e invasão das sedes.

Falando sobre os eventos de 8 de janeiro, o presidente do Iphan, Leandro Grass, disse que vândalos danificaram o piso, arrancando pedras portuguesas e as arremessando contra os monumentos, placas e vidraças dos prédios públicos.

Grass mencionou a remoção, em fevereiro deste ano, das grades que cercavam a praça, como um gesto de retorno à normalidade democrática e aproximação com o público.

“Essas grades também simbolizavam um certo distanciamento e agora buscamos o movimento oposto. Ao removê-las, queremos o povo aqui. Portanto, restaurar a praça significa também restaurar a autoestima dos brasilienses e de todos os brasileiros, bem como recuperar o propósito desse espaço, que deve ser de ocupação cultural e social”, ressaltou Grass.

O projeto vencedor do edital de restauração deverá abranger a recuperação de estruturas comprometidas, instalação de um novo piso de pedras portuguesas, restauração de obras de arte desgastadas, reforma do Museu da Cidade, renovação do Espaço Lúcio Costa, melhoria na iluminação da praça e dos monumentos, garantia de acessibilidade, drenagem para evitar poças d’água e infiltrações, instalação de câmeras de segurança e substituição de placas de sinalização.

Nesta primeira fase, o projeto está orçado em R$ 993 mil, financiado pelo Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções, um programa de investimentos do governo federal. O custo total da obra será determinado posteriormente, dependendo do projeto vencedor.

Os monumentos e obras de arte da Praça dos Três Poderes que serão restaurados incluem a obra “Dois Candangos”, a estátua “A Justiça”, o “Pombal”, o Museu da Cidade, o Espaço Lúcio Costa, o “Marco Brasília”, a escultura “Cabeça do Presidente JK” em homenagem a Juscelino Kubitschek (1902–1976), além das estátuas em bronze do construtor de Brasília, o engenheiro Israel Pinheiro, e do líder da Inconfidência Mineira, Tiradentes.

O governo federal espera anunciar o vencedor até fevereiro de 2025. Posteriormente, o governo do Distrito Federal, responsável pela gestão do espaço público, poderá licitar a construção. A data de conclusão da restauração completa ainda não foi determinada, pois depende do cumprimento das etapas do projeto. O Iphan também não definiu se a Praça dos Três Poderes será totalmente fechada ao público durante as obras.

O superintendente do Iphan no Distrito Federal, Thiago Pereira Perpetuo, explicou à Agência Brasil que o instituto supervisionará todo o processo, desde a seleção do projeto até a entrega final da obra. “Estamos supervisionando este projeto em todos os seus aspectos. Orientaremos a empresa para garantir que o projeto atenda a todas as normas, incluindo as internacionais de preservação do patrimônio.”

Os turistas e vendedores ambulantes destacam a necessidade de reformas na Praça dos Três Poderes e a falta de manutenção como os principais problemas do local.