Suspeito de receber caixa 2, ex-senador Luiz Otávio Campos é preso pela PF

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira a Operação Fora do Caixa, desdobramento da Operação Lava-Jato, e prendeu o ex-senador Luiz Otávio Campos (MDB), ligado ao senador Jader Barbalho e ao governador do Pará, Helder Barbalho. A PF chegou a pedir a realização de busca e apreensão em endereços ligados a Helder, mas o pedido foi negado pela Justiça Eleitoral.

No fim da tarde, o ex-senador conseguiu um habeas corpus para responder às acusações em liberdade. O alvará de soltura foi emitido pela juíza substituta da 1ª Zona Eleitoral de Belém, Andrea Cristine Correa Ribeiro.

Segundo a PF, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nas cidades de Belém, Palmas e Brasília e dois mandados de prisão temporária.

Segundo fontes que acompanham a investigação, o Ministério Público Eleitoral entendeu que os mandados de busca e apreensão surtiram efeito e que a prisão não era mais necessária, uma vez que Luiz Otávio não apresentava risco ao avanço da apuração.

A investigação teve início a partir da colaboração premiada feita por executivos da Odebrecht, que relataram o pagamento de R$ 1,5 milhão, por meio de ‘caixa 2’, para Helder, em 2014, quando concorreu ao governo do Pará, mas foi derrotado.

Segundo o depoimento dos executivos foram realizadas três entregas, nos valores de R$ 500 mil cada, nos meses de setembro e outubro de 2014, sendo que o recebimento foi intermediado por Luiz Otávio.

Durante o trabalho investigativo, foram encontrados indícios de que pelo menos um dos pagamentos foi realizado em endereço ligado a parentes do ex-senador.

Com a derrota na eleição, em 2014, Helder se tornou ministro da Integração Nacional no governo Michel Temer. Luiz Otávio foi secretário-executivo da pasta.

Os crimes sob investigação são de falsidade ideológica eleitoral (caixa 2), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

A investigação iniciou perante o Supremo Tribunal Federal (STF), entretanto houve declínio de competência para Justiça Eleitoral em Belém, a partir da confirmação do entendimento sobre a competência da Justiça Eleitoral para processar e julgar crimes comuns em conexão com crimes eleitorais. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara da Justiça Eleitoral em Belém.