Tbt: Eduardo Braga recebeu R$ 1 milhão em obra da Ponte Rio Negro

A ponte Rio Negro inaugurada (24\10\11), custou precisamente R$ 1 bilhão aos cofres públicos, o dobro do que era previsto além de ser cercada de inquéritos e investigação.

Um dos investigados pelo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi o senador Eduardo Braga (PMDB) que é investigado por corrupção passiva, ativa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa.

A Ponte Rio Negro, que ficou conhecida em Manaus como a Ponte do Bilhão, foi licitada em 2007 e venceu a disputa o consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa e Construbase, no valor de R$ R$ 574 milhões.

Arnado Cumplido narra os episódios na delação da Odebrecht, mas à época dos fatos ele era diretor de Projetos de Infraestrutura da Construtora Camargo Corrêa, responsável pela obra da Ponte Rio Negro. Nos últimos anos, ele deixou a empresa e passou a trabalhar na Odebrecht.

Segundo informações do ex-executivo da Camargo Corrêa e da Odebrecht Arnaldo Cumplido, Eduardo Braga que até então era governador do Amazonas, teria recebido o montante de R$ 1 milhão, relativos à construção da Ponte do Rio Negro.

 Durante delação premiada, o ex-executivo citou informações repassados por outros responsáveis pelo trabalho da Camargo Corrêa na obra da ponte sobre o Rio Negro, em Manaus.

Segundo ele, os trâmites ocorriam desde o início da construção da ponte, em 2007.

A Ponte Rio Negro liga Manaus a Iranduba e tem 3.595 metros de comprimento. A ligação levou três anos e cinco meses para ser concluída. A inauguração ocorreu em cerimônia com a presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente Lula também participou da entrega.

Cumplido disse que os pagamentos eram feitos por meio de uma construtora subcontratada. “As informações foram que havia ajuste e que esses pagamentos eram feitos via uma subcontratada chamada Construtora Etam, uma construtora da região. O responsável por ela era o senhor Eládio Kameli. Não sei se era proprietário. Ele era o que estava no contrato. Essa empresa eu acho que (…) era uma subcontratada e depois ela virou uma cessionária. Eu acho que parte do escopo saiu e passou para ela diretamente”, disse o delator.

Durante os depoimentos, Cumplido informou ainda que esteve em contato com o ex-governador três vezes, para tratar sobre imprevistos na obra, que necessitava de um aditivo de mais de 50% do valor da obra da ponte.

O ex-executivo da Camargo Corrêa não soube precisar períodos de repasse de verbas, como funcionavam os esquemas de pagamento, motivos e nem valores.

No pedido de abertura de inquérito para as investigações consta que, entre os documentos apresentados à procuradoria, está uma planilha que mostra o valor de R$ 1 milhão destinado à Eduardo Braga.

Em nota, o senador negou qualquer participação nessa, que segundo ele é uma “absurda declaração de alguém que, para escapar dos crimes que cometeu, faz acusações sem nenhuma prova”. Braga disse ainda que defende que as investigações sejam aprofundadas, em respeito à Justiça e ao compromisso de restabelecer a verdade dos fatos.

O político falou também que nunca autorizou ninguém em nome dele, ou em nome do governo dele, a solicitar qualquer tipo de benefício financeiro ou pessoal. Ele diz ainda que obedeceu rigorosamente todas as condições do contrato original e que confia em Deus e na Justiça para que tudo seja esclarecido.