ITACOATIARA – O mandato do parlamentar, Robson Almeida de Siqueira Filho (PV), foi cassado por quebra de decoro, por 12 votos a 4, os vereadores da Câmara Municipal de Itacoatiara (distante 270 quilômetros de Manaus).
A votação aconteceu na sessão desta terça-feira (21), e foi marcada por momentos tensos antes do veredito. Entre as alegações para a perda do mandato, pesaram contra Robson Almeida o acúmulo de cinco cargos, como médico (generalista e plantonista) na Prefeitura de Silves (distante 181, 37 quilometros de Manaus) e também pelo Estado; como 3° Sargento da Polícia Militar do Amazonas e como edil em Itacoatiara.
Um parlamentar que preferiu não ser identificado declarou: “É complicado e difícil retirar um mandato dado pelo povo, até porque nosso sistema democrático é soberano mas, são tantos ilícitos que simplesmente ficou insustentável manter atividade parlamentar com o agora ex-vereador Robson Almeida”.
Robson Almeida ainda tentou salvar o mandato recorrendo ao judiciário por três vezes, porém sem êxito. Em todas as tentativas, a justiça amazonense entendeu que cabia aos parlamentares a decisão sobre o futuro político de vereador eleito em 2020.
O vereador possui uma trajetória de vida conturbada. Além da prática negativa de acumular nada menos que cinco cargos públicos remunerados, Almeida também foi preso por tráfico de drogas em uma operação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), em 2018. Ele foi detido e acusado de ser o líder de um esquema criminoso de tráfico de drogas, que usava o município de Iranduba como rota e tinha como destino a cidade de Manaus. A base da quadrilha era no conjunto Morada do Sol. Na época “Robinho”, como era conhecido no submundo, chegou a sofrer processo disciplinar mas, conseguiu se colocar como via política, a ponto de ter sido eleito vereador dois anos depois.
