Witzel afirma que executivo criou narrativa para fragilizar governadores

A CPI da Covid ouve, na manhã desta quarta-feira (16/6), o depoimento ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. Ele chega à oitiva blindado por um habeas corpus que o permite optar por permanecer em silêncio e não responder aos questionamentos dos senadores.

Apesar de ter sido lhe dado o direito de não comparecer ao colegiado, Witzel demonstra disposição em cooperar com os trabalhos investigativos da comissão. O ex-chefe do Executivo do Rio afirmou que “responderá a todas as perguntas que for possível“.

Aos senadores, Witzel disse que os governadores tentaram se reunir diversas vezes com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para planejar uma ação conjunta durante a pandemia de Covid-19.

“Nós governadores pedimos ao presidente da República diversas vezes. Fizemos várias reuniões suplicando que nos atendesse, que pudéssemos conversar e encontrar soluções em conjunto, soluções que outros países encontraram”, afirmou.

Witzel afirmou que governadores e prefeitos ficaram totalmente desamparados pelo governo federal. “O governo federal criou uma narrativa para colocar os governadores em uma situação de fragilidade porque os governadores tomaram as medidas necessárias de isolamento social”, continuou.

A ida do ex-magistrado faz parte da pressão de senadores governistas para que a CPI da Covid investigue, além do governo federal, supostas ingerências cometidas por estados e municípios no uso de recursos federais destinados ao combate da pandemia do novo coronavírus.