Anvisa busca no exterior fornecimento de antídoto contra intoxicação por metanol

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (3), no Diário Oficial da União, um edital de chamamento internacional para identificar fabricantes e distribuidores do medicamento Fomepizol, utilizado como antídoto em casos de intoxicação por metanol. O objetivo é assegurar o fornecimento emergencial do fármaco ao Sistema Único de Saúde (SUS), já que o produto não possui registro sanitário no Brasil.

De acordo com o edital, a aquisição prevista é de ampolas de 1,5 ml, com concentração de 1.000 mg/ml. A medida atende a um pedido de urgência feito pelo governo federal, diante da necessidade imediata de garantir a segurança assistencial em situações críticas.

A Anvisa informou que entrou em contato com diversas autoridades regulatórias internacionais em busca de alternativas rápidas de fornecimento. Entre os órgãos consultados estão a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos; a European Medicines Agency (EMA), da União Europeia; a Health Canada, do Canadá; a MHRA, do Reino Unido; e a NMPA, da China, além de agências reguladoras da Argentina, México, Japão, Suíça e Austrália.

A urgência da medida também está relacionada ao aumento de casos de bebidas adulteradas no Brasil. Segundo pesquisa da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), mais de um terço das bebidas comercializadas no país em abril deste ano eram forjadas, adulteradas ou contrabandeadas. O levantamento mostra ainda que uma em cada cinco garrafas de vodca vendidas no mercado nacional é falsificada, elevando o risco de intoxicação por metanol.

Para orientar a população em casos de emergência, a Anvisa reforçou a importância do disque-intoxicação (0800-722-6001), serviço que integra 13 Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) em diferentes regiões do país. Esses centros oferecem suporte imediato e instruções de primeiros socorros até que o paciente chegue ao atendimento hospitalar.

Caso o Ciatox local não esteja integrado ao disque-intoxicação, a população ainda pode recorrer ao atendimento pelos canais próprios de cada centro.