Após pandemia, profissionais de saúde apresentam ansiedade e distúrbios do sono, revela estudo

Um estudo inédito com 647 profissionais da área da saúde que atuam em São Paulo revelou que 16,5% dos entrevistados apresentam transtorno de ansiedade, seguido por problemas relacionados ao estresse (12%) e a transtornos depressivos (8,9%). A pesquisa foi realizada pela 3778, empresa com foco em saúde corporativa

Mesmo apresentando essas condições, 66,3% dos entrevistados alegaram nunca terem feito tratamento ou acompanhamento psicológico. O baixo suporte emocional e a pressão de atendimento dos pacientes são alguns dos fatores que prejudicam a saúde mental.

“Os profissionais da saúde estão envolvidos em uma rotina difícil de ansiedade e de uma relação próxima com seus pacientes. Isso se intensificou ainda mais nos últimos anos, com a pandemia. Ainda segundo a pesquisa, 62% deles se sentem nervosos, tensos ou preocupados durante a rotina de trabalho”, explica o Dr. Luis Guilherme de Mendonça, médico de família e comunidade da 3778.

Ser profissional de saúde é lidar com o problema e o sofrimento do outro. Isto por si só já é desafiador e quando se soma o fato que este profissional é também uma pessoa vivenciando seus próprios problemas constrói-se o cenário de risco para o adoecimento mental.

A pesquisa, que acompanhou os profissionais durante os últimos 12 meses, identificou também que quase metade dos entrevistados dormem mal – cerca de 48% – e 46% afirmam se sentir cansados o tempo todo.

“O sono é fundamental para ajudar na regeneração celular de todo o organismo, na produção equilibrada dos hormônios, além de auxiliar a manter tanto corpo, quanto mente equilibrados. Profissionais de saúde operam em escalas, plantões e até mesmo em dupla jornada e por isso é um ponto de alerta saber que muitos colaboradores sofrem com a falta de qualidade no sono”, comenta o especialista.