Chikungunya em crianças e adolescentes: estudo mostra sintomas fortes e sequelas

Um estudo realizado ao longo de quatro anos com 348 crianças e adolescentes, de 2 a 17 anos, investigou os impactos da chikungunya nessa faixa etária e concluiu que a maioria das infecções apresenta sintomas e pode deixar sequelas mesmo em pacientes mais jovens.

A pesquisa foi conduzida em paralelo a um ensaio clínico de fase III da vacina Butantan-Dengue, em que os participantes foram monitorados por meio de coletas periódicas de sangue e consultas médicas regulares. O objetivo foi analisar a ocorrência de infecções assintomáticas, a resposta imunológica e os casos de dores articulares persistentes após a infecção.

Os resultados mostraram que 17% dos participantes contraíram o vírus, com 25 casos confirmados por RT-PCR e 28 por sorologia. Entre eles, 9,4% não apresentaram sintomas e 12% desenvolveram artralgia crônica, ou seja, dores nas articulações que se prolongaram por meses, limitando atividades diárias. A taxa de soroconversão entre os infectados foi de 84%, o que indica produção de anticorpos, embora uma parcela significativa não tenha apresentado resposta imunológica detectável.

Apesar de surtos locais registrados no período, apenas 20% dos participantes foram expostos ao vírus, o que reforça a vulnerabilidade do público infantil e adolescente e a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes.