Consulta pública ouve sociedade sobre inclusão de medicamento para câncer de pulmão no SUS

Está em vigor, de hoje (13) até 3 de outubro, a consulta pública sobre a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) do medicamento Xalkori (crizotinibe), da Pfizer, aprovado no Brasil desde 2016 para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) avançado com mutação no gene ALK (quinase de linfoma anaplásico).

A recomendação preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) foi desfavorável à inclusão de Xalkori entre os medicamentos dispensados na rede pública, decisão que poderá ser confirmada ou revertida após a análise das contribuições realizadas durante a consulta pública.

Atualmente, não há tratamento específico disponibilizado no SUS para o câncer de pulmão positivo para ALK. Via planos de saúde, contudo, Xalkori está disponível desde 2018. Esse tipo de câncer costuma acometer pessoas mais jovens e sem histórico de tabagismo.

“Ter este medicamento disponível na rede pública representará um ganho muito importante para esses pacientes”, ressalta o oncologista Flavio Augusto Ferreira da Silva, titular da oncologia torácica do Hospital do Amor, em Barretos (SP.) Clique aqui e participe da consulta pública!

Como o medicamento funciona? 

O medicamento age diretamente sobre as células tumorais, o que causa uma redução de 55% no risco de progressão da doença ou morte em pacientes positivos para ALK com a doença avançada, em comparação com a quimioterapia.

Os estudos clínicos com Xalkori também indicaram resultados favoráveis para os desfechos de qualidade de vida e taxa de resposta, sem efeitos colaterais graves2. De uso oral, o medicamento pode ser administrado em casa, sem alterar a rotina do paciente.

Critérios para uso

Para realizar o tratamento com Xalkori, o paciente deve ser submetido a um teste molecular feito diretamente em uma amostra do tumor. O exame, que detecta possíveis mutações na célula tumoral e permite o diagnóstico preciso do subtipo da doença, está disponível no SUS, embora a rede pública não ofereça acesso ao tratamento específico para esses casos.