Covid-19: Americanos e europeus querem fabricar vacina russa

Do IG

Após semanas sob ataque no Ocidente devido ao cronograma acelerado de lançamento de sua vacina contra a Covid-19, a Rússia vai anunciar parcerias para a produção da Sputnik V com sócios americanos e europeus.

Após confirmar novo negócio no Brasil, o país diz seguir em contato com o governo federal, que havia descartado o imunizante por já ter um acordo para fabricar a vacina britânica da AstraZeneca/Universidade de Oxford, cujos testes foram suspensos para averiguar uma reação adversa.

Foi o que disse à reportagem Kirill Dmitriev, presidente do Fundo Russo de Investimentos Diretos, que bancou os cerca de R$ 300 milhões do desenvolvimento do imunizante pelo Instituto Gamaleya e é responsável pela estratégia de vendas e parcerias do produto.

Ainda de acordo com o diplomata, novos anúncios de acordos com empresas privadas e fundos de investimento para fabricação e distribuição da Sputnik V ocorrerão em até duas semanas.

Desde que a vacina russa foi anunciada, autoridades de todo o mundo e a comunidade acadêmica têm visto o imunizante com desconfiança. As principais críticas eram direcionadas ao registro da vacina para uso civil e à aplicação em profissionais de saúde antes mesmo do começo da fase 3 de testes, etapa que visa estabelecer segurança e eficácia em grandes grupos de pessoas.

Essa fase começou somente nesta semana na Rússia e terá 40 mil voluntários. A expectativa de Dmitriev é que os resultados iniciais saiam no mês que vem, começando assim a vacinação geral.

Nesta sexta (11), foi divulgado um acordo do fundo com o governo da Bahia para a compra de até 50 milhões de doses da Sputnik V até março, a depender de aprovações regulatórias. Parte dessas doses poderá ser ofertada por produção nacional caso avancem as tratativas já em curso com o estado do Paraná.