Omar Aziz ‘Temos provas de que o governo não teve interesse em comprar vacinas’

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, disse que a comissão avançou em pontos fundamentais para entender como o Brasil chegou a mais de 460 mil mortos na pandemia. As críticas foram rebatidas por Omar sem rodeios: “Para quem dizia que a CPI não daria em nada, já identificamos o gabinete paralelo e a recusa de vacinas”.

Após a confirmação da recusa de vacinas da Pfizer e da CoronaVac inicialmente, a CPI aprofundou a investigação do funcionamento do gabinete paralelo de enfrentamento da Covid que atuava diretamente no Palácio do Planalto aconselhando o presidente Jair Bolsonaro.

Os integrantes da CPI chegaram a conclusão de que esse gabinete paralelo conduziu mais de duas dezenas de encontros, sem a participação do Ministério da Saúde e foi fundamental para as decisões negacionistas tomadas no governo Bolsonaro.

A CPI também deve investigar quantas mortes poderiam ter sido evitadas com a adoção das medidas corretas para o enfrentamento da pandemia, como aquisição de vacinas e sensibilização para o distanciamento social, ao invés do estímulo do uso da cloroquina (medicação ineficaz para a Covid) como tratamento precoce.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, revelou que a comissão já tem provas de que integrantes do chamado gabinete paralelo se reuniam todos os dias com o presidente Bolsonaro. Esse “gabinete” faria indicações para o enfrentamento da pandemia, como a adoção do chamado tratamento precoce.

Nos próximos dias deverá depor o deputado Osmar Terra (MDB-RS), que é médico e ex-ministro da Cidadania. Ele é considerado por membros da CPI da Covid como “peça-chave” desse gabinete em razão de suas posições negacionistas.

Osmar Terra é contrário a medidas de isolamento como forma de conter a expansão da doença. Ele foi uma das primeiras pessoas públicas a lançar a tese da chamada “imunidade de rebanho”, ou seja, a contaminação generalizada como forma de se alcançar a imunização coletiva.