A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) passou a oferecer, desde o mês de novembro, a hipnoterapia como recurso terapêutico no combate à dor do paciente com câncer. A nova terapia funciona de forma complementar às já disponibilizadas por meio do serviço de Psicologia.
A hipnoterapia é um conjunto de técnicas que pelo relaxamento, concentração induz a pessoa a alcançar um estado de consciência aumentado que permite alterar comportamentos indesejados. A hipnose é uma das Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde (MS) – tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão.
Conforme o hipnoterapeuta e farmacêutico, Thiago Aguiar de Sousa, a hipnose não se restringe apenas ao tratamento da dor, uma vez que há diversas aplicações. De acordo com ele, a terapia pode ser utilizada contra crises de pânico, insônia e problemas ocasionados por conflitos emocionais. “Na FCecon, queremos resgatar a vontade do paciente de passar pelo tratamento e acolher os familiares nesse processo”, afirmou.
Para
que se tenha êxito durante o processo de hipnose, segundo Thiago Sousa,
os pacientes precisam entender a terapia e aceitar o tratamento. Assim,
sempre na primeira sessão, é explicado sobre o funcionamento do cérebro
e da hipnose para se desfazer mitos que possam existir.
Aceitação
– Os pacientes e familiares têm recebido bem o tratamento. É o caso da
estudante de Enfermagem, Maria Luiza Castro Barbosa, de 20 anos, que
passou a ter crises de pânico após ter o pai diagnosticado com mieloma
múltiplo – câncer de um tipo de células da medula óssea chamadas de
plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus
e bactérias.
Conforme Maria Luiza, as crises de pânico
iniciaram no segundo semestre de 2017, após a primeira internação do
pai. “Tinha duas, às vezes, três crises ao dia. Vivia com medo e
angustiada. Não conseguia respirar, sentia as mãos e os pés formigando e
chorava muito”, contou.
Maria Luiza confessou que não
acreditava em hipnose antes desse primeiro contato, mas o desejo de
superar as crises de pânico foi maior. “A experiência que vivi foi
extraordinária. Ele (Thiago Sousa) me fez entender meus sentimentos e
porque os estava sentindo. Desde então não tenho mais crises, o que tem
sido muito bom. Acho linda a iniciativa da Fundação em ajudar outras
pessoas”, parabenizou.
Atendimento – O serviço é
oferecido durante uma semana por mês – segunda a sexta-feira, das 8h ao
meio-dia –, sendo a demanda espontânea. São atendidos pacientes
internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), enfermarias, além
de acompanhantes de pacientes.
Sessões –
Durante as sessões, segundo o hipnoterapeuta, os pacientes e/ou
acompanhantes passam pelo processo de regressão com objetivo de
identificar o primeiro momento em que o problema ocorreu e, assim,
ressignificá-lo. “Ao final, a melhora é perceptível na fisionomia da
pessoa. É uma mudança significativa em um curto espaço de tempo”, disse.
Monitoramento
– Os pacientes que passam por hipnose são monitorados pelo serviço de
Psicologia, cujo objetivo é estabelecer métricas e verificar se houve
resultado.