Janeiro Roxo: ação de saúde atende mais de 300 pessoas na Policlínica Antônio Aleixo

Mais de 300 pessoas foram atendidas em uma ação de saúde alusiva ao Janeiro Roxo – mês de combate à hanseníase – neste sábado (25), na Policlínica e Centro de Reabilitação Antônio Aleixo, zona leste de Manaus. A ação foi organizada através de parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), por meio da Fundação Alfredo da Matta (Fuam), a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

“O principal objetivo é conscientizar a população do problema que é a hanseníase, que é grave quando não é descoberta na forma inicial. A pessoa às vezes não fica atenta para as manchas que surgem no corpo. Tem que procurar tratamento, procurar diagnóstico, porque a hanseníase, se não for descoberta a tempo, pode causar problemas sérios”, explicou o coordenador do programa de controle da hanseníase no Amazonas, José Yranir Nascimento.

De acordo com o coordenador, a população pode procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) durante todo o ano para realizar o teste para diagnóstico. O tratamento e acompanhamento também podem ser feitos nessas unidades. “A medicação tem em todos os postos de saúde, tanto da capital como do interior, o tratamento é feito no próprio local e a medicação é gratuita. Apenas os casos mais complicados são direcionados para a Fundação Alfredo da Matta, que é referência”, afirmou.

A ação, além dos exames dermatológicos, contou com testes rápidos para HIV, atendimento ginecológico, clínico geral, em oftalmologia e emissão de documentos.

Moradora do bairro Zumbi, Rosa Marques de 59 anos aproveitou a ação deste sábado na policlínica Antônio Aleixo para fazer consulta dermatológica e de clínica geral. “Nós temos que aproveitar esse tipo de ação e procurar um médico quando desconfiamos de algum sintoma”, disse.

Pós-tratamento – O diretor da Policlínica Antônio Aleixo, José César de Carvalho, ressaltou que o Centro de Reabilitação tem o objetivo de tratar as sequelas em pessoas vitimadas pela hanseníase.

“Isso tem uma importância muito grande porque antes os pacientes recebiam o tratamento, ficavam com as sequelas e não tinham como tratar e nem prevenir essas incapacidades”, afirmou o diretor.

José Cesar também relatou que a unidade conta com o Centro de Tratamento de Feridas Crônicas e oficina ortopédica. “Temos a única oficina habilitada dentro do estado do Amazonas que confecciona todos os tipos de OPM (Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção), calçados adaptados e anatômicos”, disse.

Panorama – O Amazonas está entre os 10 estados brasileiros com as menores taxas de detecção de casos novos de hanseníase, ficando na 9ª posição, conforme números do Ministério da Saúde. Em uma década, de 2010 a 2019, foram notificados 5.425 casos novos de hanseníase no estado. Mas o número de casos novos vem caindo nos últimos dez anos. Em 2010, foram 707 casos confirmados, e em 2019 o número foi de 405, uma redução de 42,7%.

Buscando ampliar e descentralizar o combate à doença no Amazonas, em 2019 foi criado o projeto Ação pela Eliminação da Hanseníase (Apeli). O projeto leva ao interior do estado uma frente de ações para educação, exames, tratamento e organização estratégica, práticas importantes para o combate à hanseníase e outras doenças dermatológicas, além das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).