Sobe para 22 o número de casos de doença transmitida por fungos que afeta animais e humanos, em Manaus

Manaus- O número de casos confirmados de “esporotricose animal” , doença transmitida por fungos e que afeta tanto pessoas quanto animais, especialmente os gatos, subiu para vinte e dois.

Apesar do aumento, a doença não é letal e tem tratamento, como informa o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Manaus. O órgão também afirma que abandonar os animais não é a solução para o problema.

Segundo a diretora do CCZ, a médica veterinária Patrícia de Paula Roberto, investigações do órgão mostram que os primeiros casos da doença podem ter sido registrados entre agosto e setembro.

“A primeira notificação oficial, com exames, foi no dia 9 de novembro. Foi quando recebemos as informações. No entanto, fizemos um trabalho de rua no bairro da Glória e ouvindo a população começamos a verificar que os primeiros casos da doença podem ter surgido entre agosto e setembro. No entanto, não nos passaram nada. Quem nos comunicou foi um tutor, durante essas nossas visitas”, contou.

Segundo o Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae) da Semsa, estes são os primeiro registro de esporotricose em Manaus. No período entre 2010 e 2020, foram registrados surtos de esporotricose em animais em outros estados do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina.

Sintomas
De acordo com a diretora do CCZ, nos gatos aparecem feridas profundas, geralmente no focinho e nos membros, que não cicatrizam, podendo progredir para o resto do corpo. Os sinais clínicos que podem ser observados incluem perda de peso, apatia e secreção nasal.

Nas pessoas, a doença acomete a pele e a parte profunda da pele, causando lesão única ou múltiplas, iniciando pelo local onde o fungo penetrou. Essas lesões iniciam com caroço, que pode se romper, formando uma ferida de difícil cicatrização.

Segundo Patrícia, a principal característica da doença é o aparecimento de feridas arredondadas, nas patas e na cabeça, que não se cicatrizam e ainda podem se espalhar para o resto do corpo. “Normalmente se inicia com um caroço, que estoura e vira uma ferida.”

Em pessoas, no local onde o fungos penetrou também surge uma ferida, que pode crescer e ser de difícil cicatrização.

A melhor maneira de prevenir a doença, segundo a médica veterinária, é evitar que o animal tenha contato com outro infectado. “Assim como com a Covid a melhor maneira é o isolamento, nesses casos também. É importante isolar o gato em casa para que ele não saia e, eventualmente, brigue e acabe se contaminando”, disse.

Segundo a médica veterinária, muitas vezes, o mais aconselhável é providenciar a castração dos machos para que ele fique em casa, pois eles brigam muito na rua.

Até os tutores de cães devem evitar passeios nesse momento, especialmente no bairro da Glória, onde o primeiro caso foi detectado, pelo menos enquanto a doença ainda não estiver controlada na cidade.

G1