Animais são encontrados mortos em freezer de canil com superlotação

Nesta terça-feira (25) sete animais foram encontrados mortos dentro de um freezer no Canil Municipal da Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. O local – que tem capacidade para 500 animais, mas abriga mais de 1.200 – foi alvo de uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), após denúncias de maus-tratos.

Diante da acusação o secretário de Comunicação da prefeitura, Márcio Guerra, negou os fatos, mas confirmou que a gerente do espaço pediu exoneração.

As diligências tiveram início por meio da vereadora Kátia Franco (PSC), após verificar, durante uma fiscalização no espaço, a piora no estado de saúde dos animais. Além da estrutura precária, o canil foi achado em condições insalubres, com muitos cachorros, por exemplo, convivendo com as próprias fezes.

No local, não havia veterinário responsável no momento da visita e foram encontrados cães muito magros, que não conseguiam se levantar de tão fracos, e gatos espirrando sangue e com esporotricose – uma micose causada por um fungo que se aproveita de feridas abertas para entrar no organismo e acaba provocando graves lesões na pele, nos músculos e até nos ossos em casos mais graves.

“Ao todo, consegui retirar de lá quatro cães e três gatos que estavam em uma situação mais crítica. Muitos outros tinham que ser retirados de lá, mas não permitiram. Também não deixaram a veterinária que levei entrar no canil para avaliar a situação dos animais”, explica a vereadora em entrevista ao Estado de Minas, enfatizando que a situação no espaço é caótica.

Gestora do local não foi encontrada, o que inviabilizou a prisão, diz delegado
O titular do Núcleo de Atendimento às Ocorrências de Maus-Tratos a Animais da Polícia Civil, delegado Rafael Gomes, a equipe da PCMG disse que avaliações médicas estão sendo feitas.
“Percebemos, assim que chegamos ao local, alguns animais atacando os outros devido à superlotação e à ausência de separação adequada. Uma médica veterinária emitirá um laudo com relação à situação e, em até 30 dias, teremos acesso ao documento”, explica.