Mesmo após ser alvo de investigação da PF por suposta lavagem de dinheiro, deputado Pablo é inocentado pela STJ

Em uma torpe tentativa de desqualificar o Ministério Público Federal (MPF), o deputado federal do Amazonas, Delegado Pablo, se apropria de um discurso vitimista e alega que foi alvo de rixa política no meio, ao ser investigado na época em que foi delegado da instituição.

Para tanto, Pablo foi inocentado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no processo que apura o vazamento de informações da operação Estado de Emergência, realizada pela Polícia Federal em 2018, por suposta falta de provas.

O STJ para inocentar o deputado alegou que se tratava de uma rixa dentro da instituição  que tinha por objetivo prejudicar Pablo na disputa eleitoral daquele ano e que de fato, não há provas que ligassem Pablo ao vazamento de informações.

Entretanto, é válido relembrar que em 2020, a Justiça Federal no Amazonas determinou o bloqueio de bens do deputado Federal para investigar por meio da “Operação Seronato” possíveis práticas de crimes como corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Ao passo que outra operação, a “Udyat” apurou crimes como corrupção e violação de sigilo funcional.”

De acordo com o documento, o Ministério Público Federal se manifestou pelo deferimento da medida de sequestro dos bens arrolados pela autoridade policial, bem como pelo compartilhamento de provas.

Na mesma ocasião, dois familiares do deputado também foram investigados. Eda Maria Oliva Souza, mãe do deputado, foi alvo de busca e apreensão por ter supostamente vendido uma empresa de mudas no valor de R$ 500 mil reais, sendo que a empresa nem tinha sequer registro. O irmão do deputado Pierre Oliva também estava na mira da PF por ser sócio da mesma empresa e usá-la para “ocultar a destinação de valores ilícitos”. Além dos familiares, dois empresários e uma ex-sócia de uma das empresas envolvidas também foram investigados.

Ainda conforme a PF, esses crimes teriam sido praticados na subcontratação da empresa registrada em nome da mãe do policial federal, para que ela executasse o paisagismo do Aeroporto Internacional de Manaus, pelo valor de R$ 1,2 milhão.

Mesmo com tantos indícios que apontam para o delgado, a decisão pelo arquivamento do processo, publicada nesta terça-feira (31), no site do STJ, foi considerada arbitrária. Ao inocentar Pablo das acusações feitas pelo Ministério Público Federal, membros do legislativo se mostraram insatisfeitos.