Mulher é presa suspeita de adotar bebê que seria vendido na Bolívia

Uma mulher suspeita de adotar um recém-nascido ilegalmente foi presa pela Polícia Civil do Mato Grosso. O bebê de um mês, já tinha sido localizado e possivelmente seria negociado na Bolívia.

Durante o interrogatório na delegacia, ela contou que conheceu a mãe do bebê ainda gestante em um grupo, através das redes sociais. Moradora do estado de São Paulo, a gestante fez uma postagem dizendo que estava grávida de três meses e que tinha a intenção de abortar ou doar o filho.

A investigada fez contato com a mãe biológica da criança, oferecendo que fosse para Cuiabá, onde ficaria sob  seus cuidados e custos até o nascimento. A mãe biológica, que é deficiente auditiva e tem uma filha de 10 anos, aceitou a proposta e foi de encontro com a negociante.

Durante toda a gravidez, a gestante utilizou os documentos da investigada para fazer os exames pré-natal e até o parto no hospital. A troca de documentos seria para facilitar o registro da criança.

Assim que a mãe biológica teve alta, ele fez a entrega do bebê em frente a unidade hospitalar. O bebê do sexo masculino nasceu no dia 20 de abril. Após a entrega, a suspeita pagou as passagens para que a mãe da criança e a filha mais velha voltassem para São Paulo.

A polícia fez a prisão em flagrante pelos crimes de parto suposto, subtração ou alteração de direito de recém-nascido e abandono de incapaz, uma vez que abandonou a criança quando soube que estava sendo investigada. A suspeita negou que tinha intenção de vendera  criança.

O bebê foi encontrado com a irmã da mulher presa, que foi ouvida como testemunha pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). A mãe biológica ainda não foi localizada.

Denúncia

As investigações contra a suspeita iniciaram no dia 23 de abril, quando a equipe da GCCO recebeu denúncia de que a suspeita estava mantendo uma mulher grávida e deficiente auditiva em cárcere privado com o intuito de ficar com a criança. O que aumentou as expectativas obre o crime foi o fato de  haver envolvimento com um esquema criminoso instalado em Mato Grosso, que negocia recém-nascidos.

Há informações sobre um grupo em rede social que faz a negociação dessas crianças, em que há mulheres interessadas na entrega dos bebês logo após o nascimento para adoção, sem os devidos tramites legais”, disse o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira.

O delegado representou pela prisão da suspeita e a cópia do procedimento foi encaminhada para a Delegacia Especializada de Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) que atuará junto à GCCO nas investigações.