PF deflagra operação que investiga tráfico de cocaína em aviões da FAB

Nesta quarta-feira (15) a Polícia Federal deflagrou a Operação Quinta Coluna, que investiga a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para traficar drogas para a Europa. É a 5ª etapa da operação, onde será apurado indícios de lavagem de dinheiro praticada pelo suposto líder da associação criminosa.

A PF autorizou o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em Brasília e Florianópolis. Além disso, a Justiça Federal determinou o sequestro e bloqueio de cinco imóveis, uma academia de ginástica, R$ 2 milhões referentes a um empréstimo, dois veículos de luxo e R$ 1,6 milhão de contas do investigado e suas empresas.

Em nota, a PF explicou detalhes das investigações “as investigações apontam que a aquisição de bens e movimentação de valores foram realizadas majoritariamente em espécie e que o investigado teria se utilizado de parentes para figurarem como ‘laranjas’”, além de “de empresas de fachada para dissimular a propriedade de imóveis e movimentação de vultosas quantias”.

39 quilos de cocaína

A investigação iniciou em junho de 2019, quando o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, foi preso no aeroporto em Sevilha por portar 39 quilos de cocaína em sua bagagem. Ele viajara com a droga em um avião da FAB a serviço de uma missão presidencial – a viagem do presidente Jair Bolsonaro para o Japão.

O avião dava suporte à missão presidencial e fazia uma escala na Espanha. Rodrigues atuava como comissário de bordo em voos oficiais da Aeronáutica. Como segundo-sargento, ele recebia um salário bruto de R$ 7,2 mil.

No ano passado, o militar foi condenado por uma tribunal de Sevilha. Inicialmente, a pena pedida pelo Ministério Público era de oito anos de prisão, além de uma multa de quatro milhões de euros. Mas, em acordo com a promotoria espanhola, aceitou uma sentença de seis anos e um dia de prisão, além de uma multa de dois milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões). Na oportunidade, ele confessou o crime e afirmou estar “profundamente arrependido”.