‘Adeus, iFood’: entregadores tentam criar cooperativa para trabalhar sem patrão

Nas últimas semanas no Brasil, com o aumento dos riscos provocados pelo coronavírus, os entregadores de aplicativos se mobilizaram para pressionar grandes empresas como iFood, Uber Eats e Rappi a aumentar o valor das corridas e melhorar as condições de trabalho.

A segunda paralisação nacional do Breque dos Apps ocorreu no sábado (25) em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, Porto Alegre e Rio Branco, mas, em geral, com atos menores que os realizados no início do mês.

Enquanto a mobilização contra as plataformas perde fôlego nas ruas, parte dos entregadores tenta criar um caminho alternativo para melhorar de vida, querem fundar uma cooperativa, com seu próprio aplicativo de entrega, para trabalhar “sem patrão”.

“A luta não é só por melhoria dentro do aplicativo. Até porque muito foi refletido internamente de que lutar por melhoria dentro do aplicativo não resolve nossos problemas, né? Os donos de aplicativos querem encher o bolso de dinheiro, não querem de fato melhoria do trabalho do entregador”, afirma Eduarda Alberto, entregadora do Rio de Janeiro que levou a ideia da cooperativa para dentro do movimento Entregadores Antifascistas.

Brasileiros se inspiram em cooperativas na Europa

Os Entregadores Antifascistas têm buscado inspiração em cooperativas de entrega que já existem no exterior, embora, em geral, sejam ainda iniciativas recentes que contam com cerca de 20 a 30 entregadores apenas. É o caso da Mensakas, criada em Barcelona a partir de um movimento grevista contra a Deliveroo (empresa de entregas forte na Europa) em 2017.

Com informações BBC