
A popularização das apostas esportivas, conhecidas como “Bets”, vem gerando impactos graves que vão além das perdas financeiras. Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou mais de 1.300 atendimentos relacionados ao vício em jogos pagos.
O Ministério da Saúde alerta que pessoas com sintomas de dependência podem buscar tratamento gratuito nas unidades públicas de saúde. Um dado que chama atenção é que 57% dos atendidos são mulheres.
Segundo a psicóloga Bruna Muniz, os primeiros sinais de alerta incluem obsessão pelo tema e reações emocionais desproporcionais a resultados de apostas. “Quando alguém não consegue parar de apostar, mesmo querendo, ou aumenta os valores para tentar recuperar perdas, já é um indicativo de vício. Estresse constante e fixação pelo assunto também são sintomas comuns”, explica.
Ela ressalta que os efeitos do vício vão além da instabilidade financeira. “A ansiedade causada pela imprevisibilidade dos resultados afeta o bem-estar e pode comprometer as relações pessoais, levando ao isolamento e a conflitos familiares”, afirma.
Para iniciar o tratamento, o primeiro passo é o reconhecimento do problema. “Sem essa consciência, não há como ajudar. A partir daí, o ideal é buscar psicoterapia — individual, em grupo ou ambos — e acompanhamento psiquiátrico para tratar comorbidades como depressão e ansiedade. A reeducação financeira também pode ser necessária”, orienta a especialista.