Mãe de vítima do Jacarezinho se recusou a deixar o túmulo: ‘Que dia das mães é esse?’

Com um grande desabafo, a dona de casa Adriana Santana de Araujo se recusava a deixar a sepultura do filho Marlon Santana de Araújo, uma das 28 vítimas da operação policial no jacarezinho: “Que dia das mães é esse, meu Deus? Eu vou ficar aqui com meu filho. Passar o dia das mães com ele”, dizia ela em prantos no Cemitério da Penitência, no Caju, Zona Norte do Rio.

Adriana e outros familiares lamentavam a morte do jovem e tentavam ao mesmo tempo convencê-la a ir para casa após o funeral. Pela segunda vez na vida ela chorava a perda de um filho, já que vinte e dois anos atrás perdeu uma menina que veio a falecer logo após o parto. Ao lado dos outros dois filhos, ela acusou os policiais de promoverem uma chacina na comunidade do Jacarezinho.

“Isso não foi operação, foi uma chacina. Eles não tinham objetivo de prender ninguém, entraram para matar. Que crueldade foi isso, meu senhor. Fazer uma mãe enterrar um filho nos dia das mães. Meu coração está partido, está doendo muito. Eu nunca mais vou ter uma alegria nessa data.”, dizia Adriana, inconsolável.

Adriana também está sendo vítima de fake news nas redes sociais, pois um vídeo está circulando na internet com uma senhora segurando um fuzil em uma comemoração. Internautas apontam que sejam Adriana, porém, a Polícia Civil, desmentiu que fosse Adriana, e informou que as imagens sequer foram gravadas no Jacarezinho. O caso foi passado para advogados, e a família deve processar quem divulgou o vídeo.

“Não basta tirar um filho e obrigar a enterrá-lo no dia das mães, ainda querem difamar a pobre coitada.”, afirmou um familiar de Adriana.